A família de Jacó chegou no Egito como hóspedes ilustres - O faraó deu as boas vindas à família de José. Mais tarde nós lemos que outro faraó chegou ao poder. Este outro líder “não conhecia José”, e uma espiral descendente teve início, movendo os israelitas da condição de hóspedes ilustres à escravidão. A servidão durou por gerações, infl uenciando profundamente o pensamento, bem como a cultura deste grupo. Deus usou Moisés para conduzi-los para fora do Egito.

 

A liberdade ainda era uma experiência nova para os israelitas. Apenas recentemente haviam sido libertos da escravidão egípcia. Ser escravo cria padrões de dependência. Desencoraja a iniciativa. Raramente encoraja o pensamento independente. A servidão pode tornar-se tão arraigada a ponto do povo preferi-la à incerteza da liberdade. A escravidão cria um ambiente que anula o otimismo e reforça o pessimismo. “Por que eu deveria tentar melhorar minha condição? Só farei meu dono mais rico.” Todas essas qualidades negativas podem ser vistas na opinião da maioria dos israelitas nesta passagem. Um problema a ser resolvido também é “o treinamento para esquecer” a escravidão. Quando confrontado com o inesperado, o novo ou o incomum, um escravo se volta para seu dono ou capataz. Confi am em outros para lidarem com problemas. O escravo sabe o que é esperado em situações rotineiras. O mesmo servo fi ca inquieto e preocupado com coisas que saem da rotina. O êxodo foi um momento muito traumático para estes ex-escravos.

A reação ao relatório dos espias não foi o único período de negativismo durante o êxodo. Os israelitas choramingaram com sua situação à beira do Mar Vermelho. Eles viram a morte certa como a única possibilidade. Reclamaram do sabor doce do maná e o compararam à sua dieta de escravos no Egito com cebolas, peixes, pepinos e alhos silvestres (Números 11:5). Agora, o relatório dado pelos espias sobre as difi culdades em potencial para a conquista da terra prometida faz com que choraminguem uma vez mais.

Podemos esperar que os israelitas tenham aprendido dos predicamentos anteriores. Deus proveu o escape dos egípcios usando forças da natureza para fornecer uma rota de fuga. Em um clássico caso de punição por conseguir o que se deseja, Deus usou um vento para trazer uma mudança na dieta dos israelitas, na forma de uma nuvem imensa de codornizes. Este suprimento de carne produziu toda sorte de problemas para eles. Aparentemente, o povo ainda era incapaz de entender que Deus os estava protegendo, provendo e preparando.

Não são somente os escravos que reagem desta maneira. Quando em face à incerteza, muitas pessoas recuam para o conforto de lugares e sistemas que lhes são familiares. Isto não é sempre ruim, mas certamente também não é sempre bom. Quando as coisas dão errado, a mente natural também procura alguém para culpar. Vemos isto com os israelitas. Encontramos isto na literatura clássica. Observamos isto na política, economia e com muita frequência na vida familiar.

Duas coisas que sempre aparecem em tais momentos: “Quem é o culpado por esta bagunça?” “Quem conduzirá o recuo à segurança?” O momento de crise não é a hora de culpar alguém, se é que há tal hora. Depois que passa a emergência, podemos evitar que se repita, investigando os passos que levaram à crise. Além disso, recuar pode ser exatamente a direção equivocada a seguir.

Jogar o jogo da culpa parece um passatempo popular na maioria das culturas. Um país não está preparado para um ataque inimigo. De quem é a culpa? Uma equipe esportiva está perdendo. O que o técnico fez de errado? Um casamento fracassa. Quem fez o quê para destruir o relacionamento? Um jovem vai para a cadeia. Como os pais falharam? Uma empresa fecha as portas, deixando trabalhadores desempregados e arruinando os investidores. Quem é o responsável? Em muitos casos a energia aplicada em culpar poderia ter sido de grande utilidade em procurar resolver o problema. Este não é apenas um problema moderno. Ler Números 14 nos ajuda a perceber que esta característica não é algo novo. Culpar os líderes ou culpar a Deus rapidamente leva ao pecado da rebelião.

As pessoas não precisam ser escravas para demonstrar pessimismo, acusações e um desejo de recuar a tempos mais seguros. A maioria dos discípulos fugiu quando Jesus foi preso. Contudo, pouco tempo depois, estavam nas ruas de Jerusalém ousadamente proclamando que Jesus de Nazaré era (e é) o Messias prometido. A transformação era o resultado do fortalecimento do Espírito Santo. Esse mesmo Espírito não era posse apenas dos israelitas, mas as Escrituras dizem que é dom permanente de todo cristão desde os apóstolos até os dias de hoje. O negativismo, o medo, a procura a quem culpar, a acusação e o espírito de recuo que os israelitas mostraram deveriam estar ausentes do cristão hoje. O que dizer a nosso respeito quando estas características ainda estão presentes?

É fácil para estas características virem conosco do mundo secular, onde elas parecem estar no comando. Mesmo assim seria fácil recorrer ao apontar de dedos e acusações. Nós seguidamente fracassamos em confiar o máximo que pudermos no fortalecimento que a nós está disponível. Anteriormente, nesta lição, refl etimos sobre como os milagres prévios que os israelitas tinham visto deveriam aumentar a confi ança deles de que Deus poderia e cumpriria suas promessas. As reações deles parecem indicar que não tinham feito esta ligação. O mesmo pode ser dito de nós? Há momentos em que vemos “os poderosos atos de Deus” e ainda assim permanecermos temerosos, negativos e inefi cientes? Vamos todos trabalhar para desenvolvermos a consciência do que Deus tem feito, a fi m de confi armos nele e no que Ele fará.

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