O musical “Um Violinista no Telhado” retrata a vida em um pequeno vilarejo judeu na Rússia, antes da revolução comunista. Trata-se de uma das peças mais populares de todos os tempos e foi também produzida no cinema. Na cena de abertura, o personagem principal, Tevye, explica que é a tradição que traz estabilidade à sua comunidade. A história se desenrola em meio a desafi os a essas tradições. A própria família de Tevye abre mão de muitas das coisas que ele via como fundamentos para o modo em que vive. Quando acaba a peça, os moradores do vilarejo são forçados ao exílio por ordem do Czar. Esta conclusão deixa questões em aberto sobre o que acontecerá com o povo e suas tradições assim que a comunidade se dissolve. As tradições prevalecerão? As melhores qualidades da comunidade serão transferidas a novos locais? As pessoas se misturarão a uma cultura maior e menos religiosa?

 

A popularidade de “Um Violinista no Telhado” vem do modo como a peça apresenta o confl ito entre tradição e mudança. O enredo pode se passar em uma comunidade judaica, mas há uma aplicação universal para a história. Mais cedo ou mais tarde, toda cultura enfrenta lutas entre a estabilidade da tradição e a instabilidade da troca de valores. À medida que nosso mundo muda a uma velocidade alta, como mantemos conexão com as melhores instituições do passado? Um Violinista no telhado levanta esta questão de uma maneira que toca todas as culturas.

As tradições tendem a mudar ou a serem descartadas quando culturas estão confusas. Aniversários de grandes eventos nacionais são convertidos em longos feriados de fi ns de semana. Novos feriados substituem antigos quando as pessoas perdem o interesse nos primeiros acontecimentos. Datas de nascimento de pessoas importantes são ignoradas quando a apreciação por suas contribuições desaparece. Feriados religiosos reúnem práticas não relacionadas com o propósito principal e podem tornar-se parte do consumo cultural, subtraindo seu significado original. Em um esforço sincero mas equivocado, alguns líderes da igreja do segundo até o sexto século tentaram “converter” várias festividades pagãs para o uso cristão.

Feriados de origem estritamente humana podem desaparecer ou mudar com o passar do tempo. Mesmo celebrações dadas por decreto divino podem ser perdidas, se alguma geração falhar em explicar o signifi cado da observância para a geração seguinte. No estudo de hoje das Escrituras, Deus concedeu aos israelitas instruções precisas para observarem tanto a Páscoa, como os dias associados de pães asmos. Enquanto os israelitas se preparavam para entrarem na Terra Prometida, Deus instruiu Moisés a dar orientações que colocariam o sacrifício do cordeiro nas mãos dos sacerdotes. Foi esta série de instruções que se perdeu antes do esforço de Josias para renovar a observância da Páscoa.

Estreitamente conectada à Páscoa estava a observância de oito dias dos pães asmos. A Páscoa enfaticamente retratava a proteção de Deus a Israel. Os pães asmos ilustravam a rapidez da partida do Egito – antes que o pão pudesse crescer.

Os primeiros cristãos viram na Páscoa a predição profética de um Messias sofredor. Eles também encontravam um simbolismo importante sobre a vida cristã na observância dos pães asmos. Compreender a Páscoa aprofunda nossa apreciação da Ceia do Senhor. Reconhecer o simbolismo adicionado nos pães asmos pode nos ajudar em nossa caminhada cristã. As cinco visões seguintes podem ser desenvolvidas a partir da lição das Escrituras de hoje.

1. Israel esteve uma vez em escravidão no Egito. Todos nós fomos uma vez escravos do pecado (Romanos 6:20-23). Assim como o povo de Israel foi instruído a lembrar-se de como fora liberto, é importante para os cristãos lembrarem-se de como o Pai construiu um caminho de liberdade para nós. Na maioria das igrejas as palavras que usamos na mesa para a Ceia do Senhor afirmam: “Em Memória de Mim”.

2. A proteção que Deus oferecia requeria cooperação da parte do povo afetado. Os israelitas tinham que aplicar o sangue protetor de acordo com as instruções. Uma decisão de aceitar a proteção sob “o sangue de Cristo” também deve ser tomada individualmente (1 Pedro 1:14-19).

3. Nossa libertação se deu através do sacrifício, assim como as famílias israelitas foram protegidas pelo sangue do cordeiro nos umbrais das portas das casas. Esta comparação torna-se absolutamente clara em 1 Coríntios 5:7.

4. O cordeiro pascal devia ser comido em uma noite. Um “evento de uma vez por todas”. A celebração anual olhava para trás, para aquele único evento. Cristo foi sacrifi cado de uma vez por todas. A Ceia do Senhor rememora o sacrifício, mas não o “reencena” (Hebreus 10:10).

5. A colocação dos dias dos pães asmos após a Páscoa, fornece um símbolo para a nova e purifi cada vida que o cristão deve levar (1 Coríntios 5:8).

Estas aplicações têm muitas utilidades para o cristão. Elas identifi cam fatos básicos da nossa fé. Relembram-nos de nossa própria história de salvação. Podem servir como outro caminho para apresentar a mensagem do evangelho. Você consegue pensar em outras aplicações apropriadas?

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