Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,

1 Pedro 1:3 

INTRODUÇÃO


   Quando as pessoas olham para todas as coisas que tem acontecido no mundo: tanta desigualdade social, inúmeras doenças, várias guerras, obsessão pelo poder, corrupção, violência, fome, miséria, catástrofes naturais, egoísmo e busca por filosofia ou teologias diversas, muitas delas não conseguem ter uma projeção de melhora num futuro próximo. Isso ocorre porque essas dificuldades da vida fizeram com que elas perdessem a esperança de um mundo melhor. Existem outras pessoas que vivem desesperadas por saber dos fatos que tem acontecido e não conseguem administrar a ansiedade dentro de si. Há aquelas que vivem indiferentes, não se importando com a possibilidade de melhorar a sociedade como um todo. Sem contar, aquelas pessoas que não veem solução e decidem tirar a própria vida, por achar que não vale mais a pena viver num mundo assim. Olhando para esse cenário, o que pode ser feito? Há alguma solução para reverter essa situação? Na lição de hoje buscaremos resposta para essa pergunta, bem como olharemos para a Igreja com portadora de uma mensagem da qual o mundo anda tão carente. Falaremos então, de esperança considerando os seguintes pontos:


ESPERANÇA (2 Coríntios 4:16 18)


   Um dos conceitos da palavra esperança pode ser encontrado no dicionário bíblico da seguinte forma: “No Antigo Testamento, a ideia de esperança é exprimida por vários significados como: segurança, proteção, confiança, perseverança, refúgio, expectativa firme e garantida. Já no Novo Testamento, é a esperança jubilosa e satisfeita da salvação eterna e a expectativa que alegra o cristão por meio da promessa da glorificação futura”
   A esperança mantém a chama acesa do cristão, de continuar a caminhada. Durante sua vida, o cristão passará por diversas dificuldades, porém, devido a esperança que ele tem em Cristo, ele continua firme no propósito de Deus para a sua vida, assim como Paulo diz:
“Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de
glória”
(2 Coríntios 4:16-17).

 

   A esperança mantém a chama acesa do cristão, de continuar a caminhada firme no propósito de Deus.

 

ESPERANÇA x SOFRIMENTO (Romanos 5:3 e 4)


   Conforme dito na introdução, quando se pensa no mundo atual (seus problemas gerais e nas dificuldades individuais de cada pessoa) é desanimador a quantidade de respostas ruins para tudo isso. Não se vê uma solução palpável de melhora. Dessa forma, o desespero toma conta das pessoas que ficam sem ação mediante os problemas e o desânimo impede-as de serem realizadas em sua vida.
   Esse sofrimento, muitas vezes, pode ser visto como algo ruim ou até como ausência de Deus na vida da pessoa. No entanto, o sofrimento tem seu lado pedagógico que pode servir para o desenvolvimento da pessoa, pois o apóstolo Paulo diz:
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança” (Romanos 5:3-4).
   Deste verso, pode ser aprendido que o sofrimento gera perseverança, e essa virtude é essencial para a vida do cristão. Pois em Mateus 24:13 Jesus diz que:
“aquele que perseverar até o fim será salvo”. O fato é que, pelo verso, para desenvolver a perseverança, é preciso passar por momentos difíceis, essa perseverança vai gerar experiência. Quando nos tornamos cristãos, somos novos na fé e imaturos com relação às coisas de Deus. Mas conforme o tempo vai passando, a busca contínua pela Palavra e com as situações que aparecem pela vida vamos amadurecendo, ou seja, ficamos mais experientes, e isso nos permite ter uma visão mais ampla do Reino de Deus e das coisas aqui da terra.
   Finalmente, quando a maturidade está sendo desenvolvida, essa experiência produz a esperança, ela nos capacita para nos manter firmes e fortes no propósito que o Senhor Deus tem para cada um de nós. Sem ela, a pessoa se torna vulnerável ao desânimo e pode desistir da caminhada cristã.
   Para que essa esperança seja nutrida na vida do cristão, é necessário seguir o conselho do apóstolo Paulo quando ele diz:
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação, na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se vêem são temporais, mas as que não se veem são eternas” (2 Coríntios 4:17-18). Com toda certeza iremos passar por momentos difíceis em nossa caminhada. Porque Jesus disse: “Neste mundo vocês
terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”
(Jo 16:33).
   Sendo assim, há duas formas de lidar com o sofrimento: uma delas é focar somente na situação presente; a outra forma é
entender o que está passando, mas manter o foco na eternidade. Quando se faz isso, a perseverança, o amadurecimento e a esperança se tornam cada vez mais presentes.

 

   Quando a maturidade está sendo desenvolvida, a experiência produz a esperança, ela nos capacita para nos manter firmes e fortes no propósito que o Senhor Deus tem para cada um de nós. Sofrimento gera perseverança, que gera amadurecimento que gera esperança.



COMO MANTER A ESPERANÇA QUANDO DEUS PARECE DISTANTE? (Habacuque 3:17-19; Jó 19:25-27)


   Quando tudo está bom e quando sentimos Deus muito perto, manter a esperança n’Ele e em Suas promessas é fácil. O problema é quando oramos, mas parece que Deus não responde, parece que Ele nos abandonou e estamos sozinhos naquela situação. Isso piora quando as pessoas ao redor começam a perguntar: onde está o seu Deus para lhe ajudar nesse problema? São nessas situações, que manter a esperança se torna um desafio.
   Na Bíblia, é possível ver grandes personagens que passaram por essa situação. Mas, ao invés de perderem sua esperança, tiveram suas vidas transformadas.
   Provavelmente o mais conhecido deles seja Jó. Interessante que este livro começa relatando um currículo invejável deste
homem:
“Havia um homem na terra de Uz cujo nome era Jó. Este homem era íntegro e reto, temia a Deus e se desviava do
mal”
(Jó 1:1) Com essas qualidades, muitas pessoas podem pensar que esse homem nunca passaria por um problema. Aliás, um dos pontos da “teoria da prosperidade” (que é totalmente antibíblica) declara que o cristão nunca pode
passar por problemas, e se estiver nessa situação, é porque está em pecado. Se isso fosse verdade, Jó, com o currículo descrito no verso um, não poderia ter sofrido tanto.
   Mas o fato é que quando Jó começa a perder tudo que ele tem: bens, filhos e saúde, ao invés dele se rebelar contra Deus, a Bíblia relata outro comportamento:
“Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça, prostrou-se em terra e adorou. E disse: — Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1:20-22).
   Isso ocorreu no capítulo um e no decorrer do livro, até o capítulo 38, muitas coisas aconteceram, mas Deus não falou com ele. Parece que Deus não estava ouvindo suas preces e sua situação não melhorou. Até seus amigos que foram visitá-lo, ao invés de confortá-lo nessa situação, começaram a questionar o porquê ele estava sofrendo tanto. Sua esposa pede para Jó amaldiçoar o seu Deus e se matar (Jó 2:9). Parece que Deus não fazia nada, que estava ausente. Mas não, o Senhor Deus estava ali junto com ele, ajudando-o nesse tempo difícil, e Jó 
sabia disso, pois a esperança que tinha em Deus o ajudou a passar pelo sofrimento quando ele diz: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus.” (Jó 19:25-26).
   Mesmo diante de toda essa situação, Jó não perde sua esperança, pois, conforme o verso um de seu livro, ele sabia quem era Deus e tinha um relacionamento com Ele. Mesmo diante de tanta desgraça e suposta “ausência” d’Ele, Jó continua crendo em Deus e persevera até o fim. Por isso, no final do livro, seu relacionamento com Deus se torna ainda maior:
“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem.” (Jó 42:5).
   A vida de Jó nos inspira a não desistir de Deus, mesmo quando Ele parece ausente, mesmo quando parece que Ele não está ouvindo as orações. Mas é certo que os planos de Deus são maiores que os nossos, e Seus caminhos melhores que os nossos (Isaías 55:8-9). Ou seja, Deus sabe o que faz, e Ele sabe o que é melhor para cada pessoa. Portanto, quando estiver sofrendo e achar que Deus está ausente, lembre-se da declaração do profeta Habacuque
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; ainda que a colheita da oliveira decepcione, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas desapareçam do aprisco, e nos currais não haja mais gado, mesmo assim eu me alegro no Senhor, e exulto no Deus da minha salvação” (Hebreus 3:17-18).

 

   O problema é quando oramos, mas parece que Deus não responde, parece que Ele nos abandonou e estamos sozinhos.
Mas Ele nunca esquece ou abandona Seus filhos, Ele sempre está cuidando, mesmo quando não percebemos.

 

PAPEL DA IGREJA DE CRISTO (Lamentações 3:21)


   Uma vez que o cristão identifica o cenário em que está inserido, ou seja, de um mundo com pessoas sem esperança, igual ao descrito na introdução desta lição, como deve ser o seu proceder? Primeiramente, ele precisa cuidar de si mesmo, não tem como querer levar esperança às pessoas, sendo que a própria pessoa não a tem. Não tem como desejar ajudar as pessoas amarguradas e angustiadas de espírito, sendo que a própria pessoa está assim. Pois não podemos dar o que não temos. Portanto, primeiro o cristão deve buscar a Deus, desenvolver seu relacionamento com Ele, aprender com seus próprios sofrimentos, para que então, possa se tornar perseverante no propósito de Deus para ele. Dessa forma, vai ser possível amadurecer na fé pelas suas próprias experiências com Deus, para que finalmente, tenha sua esperança consolidada no Senhor. Depois disso, ele estará pronto para levar essa mesma esperança às demais pessoas.
   A Igreja do Senhor é composta por esses cristãos, tratados por Deus, que se dispõe a trabalhar para o Reino d’Ele. Portanto, cada um tem um chamado para fazer algo para Ele através dos dons que Ele mesmo confiou a cada um. E essa missão é para que Seu Nome seja conhecido em todas as nações através de nós. Quando isso acontece, a Igreja leva as boas novas da salvação às pessoas que estão amarguradas, desiludidas, desesperadas, desanimadas, angustiadas e ansiosas com a vida que têm levado. Pois elas não sabem onde encontrar esperança, buscam incansavelmente em tanta coisa, mas não a encontram, pois buscam no lugar errado. É missão da Igreja trazer a verdadeira esperança para que elas possam encontrar a paz que excede todo o entendimento (Filipenses 4:7).
   A Igreja precisa ter o mesmo olhar de Cristo quando: 
“Ao ver as multidões, Jesus se compadeceu delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:36). Essa situação não é diferente nos dias de hoje, as pessoas continuam aflitas e exaustas, pois não encontraram a verdadeira esperança. E o que a Igreja do Senhor tem feito a esse respeito? Quando o cristão desfruta dessa esperança da salvação e da paz que Jesus lhe concede, mas não compartilha dessa boa nova com as demais pessoas, ele se torna egoísta por não pensar na aflição e no desespero que os outros estão passando. Por isso o IDE de Cristo é tão importante. O cristão deve levar essa esperança à quem tiver oportunidade, para que cada vez mais pessoas possam desfrutar dessa alegria e paz que só Jesus é capaz de dar.

 

   A Igreja do Senhor é composta por esses cristãos, tratados por Deus, que se dispõe a trabalhar para o Reino d’Ele. É sua
missão levar a verdadeira esperança a um mundo aflito e desesperançado.



CONCLUSÃO


   Este mundo está em trevas, as pessoas estão perdidas, não existe referencial, não existe padrão, todos têm concentrado
suas vidas em satisfazer seus próprios prazeres e têm se tornado deuses de si mesmos. Isso tem levado as pessoas cada
vez mais longe de Deus, esse afastamento gera consequências desastrosas, produzindo insegurança, insatisfação, decepção e desespero.
     O cristão está inserido nesse cenário, ele também sofre as consequências do pecado da humanidade. No entanto, como sua esperança está em Deus, Ele o ajuda a continuar a caminhada trazendo-lhe segurança e ânimo para não desistir.
   Uma vez que esse cristão entende isso e passa pelo processo de amadurecimento, ele se junta aos demais cristãos que compõem a Igreja de Cristo para levar essa esperança às outras pessoas.
   Neste mundo ainda haverá dores e sofrimento. No entanto, a Igreja do Senhor tem a missão de levar as boas novas de Cristo que promete um dia voltar para buscar os Seus, para viver num lugar completamente diferente do que temos aqui. O apóstolo Paulo diz:
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2:9) Quando o cristão entende isso, ele tira o foco das coisas que são terrenas e coloca no que é eterno. Pois ele entende que o sofrimento aqui é passageiro, mas há uma promessa: “Então ouvi uma voz forte que vinha do trono e dizia: Eis o tabernáculo de Deus com os seres humanos. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Apocalipse 21:3-4)    Que todo cristão possa viver essa verdadeira esperança, e transmiti-la para todas as pessoas!

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE


1. O que significa ter esperança?
R.


2. Por que vemos cristãos desiludidos e sem esperança nos dias hoje?
R. 


3. Como podemos manter nossa esperança firme diariamente?
R.

 

4. De quais formas a Igreja de Cristo pode levar esperança as pessoas?
R.

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