Devo admitir que com frequência tenho problemas em reconhecer Jesus. À medida que envelheço, trabalhar para discernir sua presença, palavra e vontade parece (às vezes) confuso e difícil, contudo, estou convencida que conhecer a Deus é a vida eterna (João 17:3). Em parceria com o Espírito Santo, cada um de nós deve cultivar um conhecimento, uma visão, uma percepção e um entendimento precisos de quem Jesus é e o que ele está fazendo. Além disso, quando o reconhecemos, devemos reagir a ele. (João 1:10).

 

Reconhecimento e Reação

Nossas percepções da identidade e das intenções de Jesus são inextricáveis de nossa reação a ele. O reconhecimento pode ser algo que aconteça na mente (embora o verdadeiro reconhecimentos de Jesus começa no espírito – Mateus 16:16-17), mas a reação fl ui do coração. A história em Marcos 5:1-20 (também contada em Mateus 8:28-34 e Lucas 8:26-39) descreve uma série de eventos, três reconhecimentos muito diferentes de Jesus e três reações a ele igualmente únicas.

O primeiro reconhecimento de Jesus é iniciado pela “legião” de demônios. Autores discordam se é o homem que corre para Jesus e genuinamente o adora (a possessão demoníaca suspensa pela presença de Cristo), ou se os próprios demônios se prostram para fortalecer seu pedido. Qualquer que seja o caso, certamente são os demônios que falam, dizendo: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” (Marcos 5:7), e sua posterior interação com Jesus revela a verdadeira percepção que eles tinham dele.

Enquanto imploram que não sejam expulsos de seu hospedeiro, os demônios tentam racionalizar, manipular e intimidar Jesus. Seu cumprimento inicial poderia ser reescrito mais ou menos assim: “Ei, Jesus! Eu tenho autoridade aqui (na terra)! Você não tem negócios aqui, ou comigo! Este é meu território.” Além disso, ao se dirigirem a Jesus como “Filho do Deus Altíssimo”, alguns autores notam que os demônios não o identificam simplesmente, mas tentam ganhar controle sobre Jesus invocando seu nome verdadeiro completo. Esta era uma forma de dominar outra pessoa de acordo com a superstição da época.

O pastor David Guzik comenta: “Aqui [os demônios] demonstram que sabem ‘orar’ a Jesus (implorar a ele seriamente)” e conclui que “isto mostra que você pode saber quem Jesus é e não render-se a ele. Pode-se orar a ele e não entregarse a ele.” Ele diz que esta interação com Jesus demonstrou que os demônios “conheciam a verdadeira identidade de Jesus melhor que os líderes religiosos. Mas não era uma fé ou um conhecimento de Jesus que pudesse salvar (Tiago 2:19)” (2008).

Os gerasenos (também gadarenos e gergesenos), uma grande população gentil habitando o leste/sudeste do Mar da Galiléia, exibem em sua reação a Jesus uma completa falta de fé. Depois que perceberam o milagre que ele tinha feito, “temeram... e entraram e rogar-lhe que se retirasse da terra deles” (v. 15, 17). Embora o povo geraseno tenha testemunhado pessoalmente a autoridade sobrenatural, o poder e a compaixão de Jesus por um deles, não abraçaram este tipo de salvação que custaria seu status quo! Ao invés disso, ficaram com medo dele! Como muitos de nós, que estamos confortáveis com nossos cativeiros (em contraste com o estranhamento da liberdade), ou que fi camos facilmente ofendidos, desiludidos ou temerosos quando ele toma algo que queremos e pensamos precisar (como uma manada de porcos, exemplo para nosso sustento), os gerasenos rejeitam a Jesus.

Em profundo contraste à rebelião contra Jesus e à rejeição dos gerasenos, o homem liberto experimenta Jesus como salvador e responde-lhe como Senhor. É dito que ele queria acompanhar Jesus no barco (v. 18). O desejo dele era estar com Jesus. Mas ele não permitiu e disse ao homem: “Vá para casa e compartilhe o que aconteceu”.

É o próprio homem que se prostra para adorar Jesus no começo da história, o homem em domínio de sua mente, prostrando-se a Jesus no fi m do relato, colocando-se em obediência - “Ele foi, e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fi zera” (Marcos 5:19-20).

Os demônios reconhecem Jesus como “O Filho do Deus Altíssimo” – o inimigo deles – e respondem-lhe com malícia, manipulação e submissão relutante. O povo de Gerasa recebe a Jesus como uma presença poderosa, mas imprevisível, e não convencidos de que ele tem a melhor intenção, reagem com medo e rejeição. O homem liberto da “Legião” experimenta-o como a cura compassiva e reage com afeição e obediência. A verdade é que, como demonstrado por estas três reações muito diferentes à série de eventos, como você percebe Jesus determinará sua reação a ele.

Quem é Jesus – Para Você?

Há consequências naturais ligadas às percepções que defendemos como verdades, o conhecimento que invocamos todos os dias em nossa vida, reagiremos a Jesus como o entendemos. Portanto, é fundamental que cada um de nós pergunte a si mesmo honestamente: “Quem é Jesus para mim?” Embora nossa resposta a esta pergunta não ditará quem Jesus de fato é (pois ele não é criação nossa), vai revelar o estado e a qualidade de nosso relacionamento com ele!

Enquanto tentamos entender nossas experiências, precisamos regularmente nos perguntar: “A que conclusões estou chegando sobre quem Jesus é (e quem eu sou nele)?” Estamos também continuamente examinando a precisão de nossas interpretações? É imperativo que frequente e diligentemente permitamos que Deus sonde e nos revele as crenças que guardamos em nosso coração, e então renove nossa mente banhando nosso coração em sua Palavra e em sua presença.

Convido você a pedir que Deus permita-lhe experimentar e reconhecer cada uma das facetas de seu caráter listadas abaixo. Oro para que você experimente quem ele é precisa e profundamente, enquanto o Espírito Santo lhe conduz através da vida, e que você encontre verdadeiramente seu prazer nele. Jesus é: o Filho do Deus Vivo (Mateus 16:16), meu Salvador/ meu Justifi cador (Romanos 3:25-26), meu Emanuel (Mateus 1:23), meu Criador (Colossenses 1:16), meu Bom Pastor (João 10:1-16), meu Único Caminho, Verdade, Vida (João 14:6), minha Fonte de Vida (João 15:4-5, João 6:33-35), meu Advogado (1 João 2:1), minha Pedra Angular (Isaías 28:16), meu Intercessor (Hebreus 7:25), meu Libertador (Romanos 11:26), meu Juiz (Atos dos Apóstolos 17:31), meu Senhor (João 13:13), minha Paz (Efésios 2:14).

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