Explanação
Deuteronômio significa “segunda lei”, mas este livro prossegue de onde Números termina. Israel está prestes a entrar na Terra Prometida. Moisés tem três objetivos:
1. Lembrá-los do propósito de sua jornada, resumindo os eventos desde o Egito ao local onde se encontram, na terra de Moabe.
2. Lembrá-los das leis que Deus lhes deu.
3. Encorajá-los a internalizar estas leis. Esta nova geração de israelitas não testemunhara os milagres do Êxodo. Ouvira apenas o que Deus havia prometido para o futuro.
Deuteronômio 1 reconta a história de Israel após o êxodo. O capítulo 4 concede encorajamento a Israel para obedecer às leis de Deus e o capítulo 5 lista os já conhecidos Dez Mandamentos.
O capítulo 6 promete prosperidade em virtude da obediência a Deus. Israel tinha um histórico de desobediência. Eles testemunharam milagres incontáveis. Experimentaram a presença de Deus de maneiras que o mundo moderno nunca experimentou. Ainda assim duvidaram e falharam com Ele repetidamente.
Exploração
Por que a obediência aparente não era sufi ciente? Deus exigia mais que aparências. Eles estavam prestes a entrar em uma terra que já lhes estava preparada. A vida seria mais fácil, mas eles estariam rodeados por vizinhos que não conheciam o único e verdadeiro Deus. A vida espiritual deles seria desafi ada de novas maneiras. A tentação que não haviam experimentado no deserto estaria por toda parte. Novos vizinhos trariam novas tradições, religiões e interesses.
A fim de protegê-los destas novas “oportunidades”, Deus deu instruções explícitas sobre adorar somente a Ele, jurar somente em seu nome, guardar diligentemente seus mandamentos e expulsar todos os seus inimigos. Eles se desviariam se não estivessem totalmente imersos na obediência a Deus.
Obediência diligente significava prestar atenção em cada detalhe. Eles não podiam ser negligentes ou desorganizados em seu lidar com as leis. Não podiam pegar e escolher de acordo com seus caprichos e desejos. À medida que praticassem cada dia, a obediência se tornaria parte deles e os defi niria como povo dele.
Jesus citou o versículo 5 em Mateus 37 chamando-o de o maior mandamento: “amar ao Senhor seu Deus com todo o seu coração e com toda a sua alma e com toda a sua força”. Isto deveria ser parte integral de cada momento, a cada dia. Eles deveriam amar ao Senhor de tal forma que isso seria tudo em que conseguiam pensar ou falar.
Alimento, abrigo, proteção física e espiritual seriam benefícios da obediência. O versículo 25 explica que a obediência aparente não seria contada como justiça, mas sim a observância diligente de todos os mandamentos. Amar ao Senhor com todo o coração, alma e mente signifi cava “ser possuído e pronunciado por Deus como justo e santo” (Notas Explicativas de John Wesley, www.christnotes.org).
Encorajamento
Os versículos 6 a 9 ordenam que os israelitas tenham as palavras de Deus constantemente à mostra e em uso, de modo que não esquecessem quem Ele é e o que fez. Deus queria ser conhecido por eles em tempos de necessidade e em tempos de fartura. Ele deseja o mesmo para nós hoje. Como os israelitas, podemos facilmente nos distrair da busca por Deus. Ou estamos muito ocupados desfrutando as coisas boas ou muito afundados no lixo para erguermos nossa cabeça para o único que torna novas todas as coisas.
Em todo o tempo, devemos esconder a Palavra de Deus em nosso coração para não pecarmos contra Ele. Servimos o mesmo Deus de Israel. Devemos nos imergir em sua Palavra “Antiga” e “Nova”, para que o conheçamos melhor, e outros o conhecerão através da nossa fidelidade.
Eu tenho escrito pequenos cartões com passagens bíblicas e colocados nos armários da minha cozinha, janelas, portas e espelhos, bem como em minha bolsa e no meu guarda-roupa. A Palavra de Deus está prontamente disponível em cada cômodo. Faço um esforço consciente para falar com meus filhos sobre quem Deus é e o que signifi ca para mim. Meus filhos certamente estão cientes de que eu o conheço e tenho com Ele um relacionamento pessoal. Falamos sobre a necessidade de sua misericórdia quando um de nós comete um erro. Demonstramos sua graciosa provisão quando temos o bastante no orçamento para fazer essa atividade especial extra. Podemos sempre apontar para o papel direto do Senhor nas atividades da vida. Pais e avós podem consistentemente apontar para Deus em cada aspecto da vida. Devemos ser testemunhos vivos. De que outra forma nossos fi lhos o conhecerão?
A obediência exige ação voluntariosa. Os fi lhos frequentemente obedecem por temerem as consequências. Quando amadurecemos, nossa obediência deve-se ao respeito por nossos guardiões. Mais tarde, normalmente depois que nos tornamos pais, descobrimos que estas regras estão lá para nossa proteção e bem estar geral.
Quando recém-convertidos (criancinhas em Cristo), nossa obediência é simplesmente porque já tentamos de outra maneira e não funcionou bem. Este é um período de ajustes.
Não entendemos completamente por que Deus espera assim. Mais tarde, descobrimos que Ele tem oferecido proteção e bênção através da nossa obediência. No fim, a obediência se torna parte de nossa natureza e desfrutamos os benefícios de viver nele.
Como guardadores do Sábado, o exemplo mais óbvio seria a guarda do dia de Sábado, o fato de mantê-lo santo. Trabalhar por seis dias é exaustivo. Que bênção ter um período inteiro de vinte e quatro horas, quando podemos nos desligar das pressões do mundo e descansar no Senhor!
A ênfase em um mandamento pode significar os outros nove perdidos na mistura. Todos os dez são de igual importância para Deus: nenhum outro deus diante dele, não usar seu nome em vão, honrar os pais, não matar, ser fi el no casamento, não roubar, não mentir ou cobiçar. Quando verdadeiramente amamos o Senhor, somos livres para permanecer na paz e na alegria que a obediência a Ele oferece.