Deus deu a Moisés instruções para uma consagração pública de Arão e seus filhos ao sacerdócio. Os materiais estavam reunidos. As preparações foram feitas. Como ordenado, a congregação foi chamada a se reunir na tenda. Antes dos solenes eventos acontecerem, Moisés fez uma pausa para explicar à congregação: “Isto é o que o Senhor ordenou que se fizesse.” Deus esperava que a comunidade se envolvesse na consagração de seus líderes espirituais.
A condição do povo de Israel como espectadores é inadequado ao nosso processo de chamar líderes à ordenação, mas tem um signifi cado similar. É necessário haver um processo pelo qual quem lidera é reconhecido em uma cerimônia pública. É necessário haver a oportunidade para que a comunidade seja parte do processo.
Os Batistas do Sétimo Dia deixam a responsabilidade da ordenação nas mãos da igreja local, com a participação, supervisão do processo e avaliação do candidato feitas pelaConferência. Também encorajamos a participação das igrejas irmãs, uma vez que os líderes frequentemente servem em vários locais. Temos esperado que os concílios de ordenação comparem as convicções de um candidato com nossa Declaração de Fé, para que outras congregações possam ter um senso de confi ança concernente àqueles que têm sido chamados a posições de liderança.
A ordenação é uma confi rmação formal de que vemos os dons de liderança dados por Deus ao candidato. Não “fabricamos” um pastor, um pregador ou um líder. Meramente fazemos uma confirmação pública de que vemos estes dons em operação. Estamos colocando o “selo de aprovação” da congregação no ministério de quem está sendo ordenado.
E quanto ao resto de nós?
Deus escolhe indivíduos especiais para tipos particulares de serviço. Não pensamos em um sacerdócio hereditário hoje, mas é interessante notar como Deus frequentemente trabalha por várias gerações de uma família. É também importante que não rotulemos os “filhos dos pastores” ou qualquer outra pessoa baseados no serviço de gerações anteriores, pois filho de pastor não é pastorzinho, assim como filho de cristão não é automaticamente cristão. Loyal F. Hurley gostava de afi rmar que “Deus não tem netos.” Cada geração de cristãos está diretamente ligada ao Pai através de Cristo. Cada geração é especialmente dotada com dons do Espírito sem se levar em conta a história prévia da família.
Proclamamos o sacerdócio de todos os cristãos. Concordamos que todos os cristãos recebem dons do Espírito Santo, que são dados para a expansão do reino de Deus. Reconhecemos que prestaremos contas sobre como usamos os talentos, com os quais temos sido dotados. Tudo isso parece implicar que algum tipo de ordenação é necessária para todos os cristãos. O Dr. E. K. Bee Jr., ex-executivo do Comitê Batista do Sétimo Dia de Educação Cristã, identifi cava o batismo como uma ordenação à vocação cristã.
A ideia de ser um servo é desconfortável para muitas pessoas. Alguns vêem o fato de ser um servo como algo diminuidor. Esta visão secular tem se arrastado até a igreja e tem sido destrutiva. Precisamos combater este mal-entendido com um ensino bíblico claro sobre servidão. Jesus falava reiteradamente sobre servir e serviço. Ele estabeleceu um exemplo de servidão através de sua vida na terra. Até na crucifi cação, Ele estava servindo como “um resgate por muitos.”
Paulo constantemente descrevia a si próprio como “escravo” ou servo de Cristo. Carecemos recuperar o fato de que servir aos outros é o caminho para a verdadeira grandeza. Precisamos respeitar nossos líderes-servos, sejam eles ministros ordenados, ofi ciais eleitos ou trabalhadores voluntários dentro da igreja.
A ênfase nos dons espirituais cresce e diminui. Por um tempo é um assunto de intenso interesse e então outras áreas da experiência cristã vêm à superfície como “assuntos do momento”.
As Escrituras claramente identifi cam vários fatos importantes a respeito dos dons espirituais:
1. Todo cristão é dotado de ao menos uma área de habilidade sobrenatural;
2. Os dons são fornecidos pela vontade soberana de Deus;
3. Nenhum único dom é dado a todos os cristãos – então nenhum dom específico pode ser tomado como evidência de conversão;
4. Os dons espirituais são dados para a expansão da obra do reino – para fazer crescer o corpo de Cristo.
5. Devem ser usados para “edificar o corpo”, não o indivíduo.
Uma vez que os dons são dados para o avanço da obra da igreja, as congregações devem procurar e confirmar os dons que veem em operação entre os membros. Testes de dons espirituais estão disponíveis, mas eles geralmente medem a experiência mais do que os dons. A forma mais precisa de medir os dons é a confirmação por um corpo de cristãos que conhecem bem a pessoa.
Você consegue identificar seus próprios dons espirituais? Pode-se descobri-los de várias maneiras. Amigos cristãos de confi ança podem ajudar. Às vezes você já está usando seus dons e não pensou na natureza especial do que está fazendo. Conheço pessoas que têm sido efi cientes em várias tarefas especiais e fi cam surpresas que outros achem essas tarefas difíceis ou discordáveis. Isto pode ser uma evidência de que você está trabalhando em um determinado dom. Não apresse as conclusões. Pode ser que você simplesmente tenha mais experiência em um trabalho que outros. É por isso que a confi rmação de um dom por sua congregação é importante. Pode ser igualmente importante aceitar a falta de confi rmação, também.
Deus escolheu uma família para fornecer os sacerdotes a Israel, mas Ele também escolheu outros como mensageiros especiais, que não vinham da linhagem dos sacerdotes. Arão teve netos, porém Deus não tem. Cada um de nós pode antecipar aquela capacitação especial para uma tarefa signifi cativa dentro da família de Deus, a igreja.