Ententendo e Vivendo
EQUIPADOS PARA A NOVA VIDA
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- Steve Osborn
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Indo para a guerra
Com todos estes confl itos acontecendo ao redor do mundo e pela maneira como a televisão e a internet têm trazido as imagens para dentro de nossa casas, não temos que usar muito a imaginação para visualizar a batalha que Paulo descreveu. Enquanto podemos ter assimetria nas opiniões concernentes ao uso das forças militares nos confl itos terrestres, Paulo explicou que não temos qualquer escolha acerca de entrar na guerra espiritual. A batalha está acontecendo ao nosso redor, quer escolhamos tomar conhecimento dela ou não. As instruções paulinas nos mostram como Deus tem nos equipado para permanecermos firmes diante dos ataques de Satanás.
Protegendo-se ao vestir a armadura de Deus
Da mesma forma que Saul não queria enviar Davi desprotegido para a batalha contra Golias, Deus não coloca seus filhos em perigo na guerra espiritual. A diferença é que Deus nos provê uma armadura que realmente é do nosso tamanho e efetivamente nos protegerá dos ataques de Satanás. Paulo começa sua admoestação relembrando os seus leitores: “fortaleçam-se no Senhor e na força do seu poder” (v. 10). Este recado é crucial, pois não podemos lutar esta batalha em nossa própria força. Precisamos confi ar no Senhor que nos ajudará. Vamos fazer um inventário de nossa armadura espiritual, para nos certifi carmos de estarmos utilizando-a efetivamente para a máxima proteção.
O Cinto da Verdade – O cinto (ou cinturão) para um soldado romano era a peça central da armadura, era a que unia todas as outras. Quando ele necessitava que suas pernas ficassem livres para a batalha, pegaria parte de sua indumentária e fi rmava com o cinto. A verdade é a peça central de nossa defesa. Para a usarmos, primeiramente temos que conhecê-la através do estudo da Palavra de Deus, e então vivê-la através de uma vida de honestidade e integridade. Isto proverá uma fundação sólida para o restante da armadura. Uma das principais armas de Satanás contra nós é a mentira. Se ele conseguir com que acreditemos na mentira, ou melhor ainda, que vivamos uma mentira, fará com que percamos a integridade de nossa armadura e toda a nossa defesa começara à sucumbir. Preencha-se continuamente com a verdade de Deus, e resista à tentação de permitir que as mentiras de Satanás estraguem sua vida.
A Couraça da Justiça – A couraça era fundamental para proteger os órgãos vitais. Sem ela, uma arma do inimigo estaria livre para procurar uma fenda na armadura e penetrar causando danos fatais. Por esta razão, é extremamente importante não confi armos tanto em nossa própria justiça como nossa couraça, porque esta não nos protegerá, pois tem mais furos que uma fatia de queijo suíço! Felizmente, Deus providenciou uma solução para este problema. Quando recebemos a salvação através de Jesus Cristo, Ele toma nossa justiça sobre si mesmo e a substitui pela justiça dele (Romanos 3:21-22; 2 Coríntios 5:21). Quando Satanás arremessa suas acusações de culpa contra nós, ele encontra a sólida barreira da justiça de Cristo, não da nossa própria justiça. Não obstante, não podemos pegar esta proteção como concessão para fazermos tudo aquilo que quisermos, enquanto nos escondemos debaixo da justiça de Deus. Nossa busca por santifi cação é uma evidência que Deus está verdadeiramente trabalhando em nossa vida. Lembre-se que o Senhor mesmo disse, “sejam santos porque eu sou santo” e que “sem santifi cação ninguém verá a Deus”.
As Sandálias do Evangelho da Paz – Sandálias com travas de ferro permitiam ao soldado romano cravar seus pés com fi rmeza em terrenos escorregadiços, de forma que ele tinha fi rmeza em sua posição de ataque ou defesa. O substantivo traduzido por “preparação” no grego tem um sentido de “um fundamento preparado”, que parece cair melhor para o nosso contexto de permanecer fi rme na batalha. A Nova Bíblia Inglesa verte este verso da seguinte forma “deixe que os sapatos de seus pés sejam o Evangelho da paz, pois eles lhe darão um fundamento firme”. O Evangelho da paz refere-se à plenitude e à reconciliação que nos tem sido concedidas em nosso relacionamento com Deus. Isto nos tem dado um terreno sólido, no qual podemos permanecer firmes, enquanto nos defendemos do ataque de nosso inimigo. Quando permitimos que atitudes, pensamentos ou ações erradas causem desarmonia entre nós e Deus, minamos o solo onde estamos pisando e aumentamos a chance de escorregarmos e cairmos. Temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, para certifi carmos que nada no caminho venha atrapalhar nossa comunhão com Deus.
O Escudo da Fé – os romanos usavam um grande escudo de couro encharcado em água, para extinguir as flechas flamejantes que eram lançadas na direção deles. Como um escudo, nossa fé (a confi ança plena no poder de Deus e a certeza de que Ele cumprirá suas promessas) proteger-nos-á dos ataques infl amados de Satanás. Ele atira seus dardos infl amados contra nós na tentativa de levar-nos a duvidar de Deus, de Jesus, da verdade, da nossa salvação e de nossa própria fé. O diabo sabe que se fi zer com que duvidemos, nós baixaremos a guarda o sufi ciente para ele nos atacar. Podemos reforçar nosso escudo da fé relembrando-nos das promessas de Deus, e rememorando como Ele as tem cumprido em nossa própria vida e na vida de outros.
O Capacete da Salvação – O capacete protegia a cabeça. Obviamente um soldado sem uma cabeça seria imprestável numa batalha (ou em qualquer outra coisa). Quando pensamos na cabeça, é natural pensar na mente, que é onde a nossa batalha espiritual fundamentalmente ocorre. Satanás sabe que, se puder levar-nos a pensar ou acreditar em coisas erradas, nossas atitudes e ações vão rapidamente seguir nosso pensamento. A salvação protege a nossa mente de acreditar nas mentiras de Satanás, porque não importa as confusões que enfrentarmos, SABEMOS que Deus nos salvou. É por isso que Paulo nos ordenou a sermos transformados pela renovação da nossa mente, para que sejamos capazes de experimentarmos e comprovarmos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2). Podemos conseguir isso, enchendo constantemente nossa mente com as Escrituras e meditando sobre a verdade.
A Espada do Espírito – A espada era única entre as peças da armadura que poderia ser usada tanto defensiva (para bloquear os golpes de um oponente) quanto ofensivamente (para golpear alguém). Paulo chama a Palavra de Deus de espada. Para os seus primeiros leitores, provavelmente intentava signifi car não apenas a Torá¹ (a única Bíblia que eles tinham naquela época), mas também a pregação do Evangelho e a possibilidade de ouvir a Deus através da oração. Somos abençoados por termos uma revelação mais completa da Palavra de Deus. Defensivamente, a Palavra de Deus pode proteger-nos ao ensinar a verdade e ao lembrar-nos das promessas do Senhor de perdão, salvação, proteção, provisão,etc. Ao nos firmarmos nela, somos fortalecidos para repelir os vários ataques de Satanás. Ofensivamente, podemos reivindicar as promessas das Escrituras e até mesmo citá-las, forçando o diabo a bater em retirada, relembrando-o que ele é impotente contra as forças de Deus.
A Oração – Paulo descreve mais uma arma ofensiva e defensiva à nossa disposição: a oração. Não podemos subestimar o poder da oração. Através dela, temos acesso ao real poder de Deus, a fonte de nossa armadura e força. No verso 18, o apóstolo nos dá instruções importantes sobre como podemos ter acesso a esta arma vultosa: 1) Orando no Espírito; 2) Em todas as ocasiões; 3) Com todo tipo de oração e súplica e 4) Perseverando na oração. Vale lembrar de uma declaração de Carlos Gruber: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder.”
Tirando proveito da armadura que Deus tem proporcionado, e acessando o poder da sua presença através da oração, vamos descobrir que estamos mais do que preparados para permanecer fi rmes na batalha espiritual, na qual estamos envolvidos. Fazendo isso, vamos colocar Satanás para correr!
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¹ Entre os judeus os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica são chamados de Torá, uma palavra da língua hebraica com significado associado ao ensinamento, instrução, ou especialmente Lei. Os judeus também usam a palavra Torá num sentido mais amplo, para se referir a todo o Antigo Testamento. NT