Explanação

As lições deste trimestre mostram-nos várias imagens de Cristo, que nos são dadas por diferentes escritores das Sagradas Escrituras. A lição de hoje completa a série de 5 estudos no livro de Hebreus. Na próxima semana principiaremos a série de 4 estudos nos Evangelhos. O trimestre findará com 5 semanas estudando o livro de Tiago.

 

Em nossa primeira semana em Hebreus obtivemos a imagem de Jesus como o Filho de Deus. Ela teve seu enfoque na identidade dele, um substantivo. As últimas três semanas nos apontaram para as atividades de Jesus. Nós vimos que Ele intercede por nós, nos redimiu e nos conduz. Estes são todos verbos. A lição desta semana enfoca em um adjetivo: Jesus como o Cristo eterno. O trabalho de um adjetivo é ampliar descrevendo. Então, a lição de hoje nos ajuda a entender melhor as lições das quatro semanas anteriores. Porque Jesus é eterno, a identidade dele é contínua. Ele sempre será o Filho de Deus. Jesus sempre intercederá por nós; a redenção que Ele nos oferece é eternamente válida; e Cristo continuará nos conduzindo até a eternidade. O conhecimento de que Jesus Cristo é eterno nos dá o que precisamos desesperadamente: estabilidade em um mundo instável; consistência em um mundo volátil; paz em um mundo de conflito.

A lição de hoje é retirada do décimo terceiro (e derradeiro) capítulo deste livro surpreendente, que conhecemos como a carta aos Hebreus. Lembre-se que os leitores originais desta carta provavelmente eram judeus cristãos que estavam lutando para se manterem firmes em sua nova fé e muito provavelmente estavam sofrendo intensa perseguição (Veja 10:32-34). Depois de gastar doze capítulos encorajando esses leitores a permanecerem fiéis à fé cristã, o autor começou a concluir a sua carta. O capítulo treze é esta conclusão.

Exploração

Nas suas observações finais, o escritor de Hebreus recordou para aos seus leitores o mandamento de amar uns aos outros, e de se lembrarem das pessoas que estavam enfrentando circunstâncias difíceis (13:1-3). Ele também lhes prescreveu a honrarem a instituição de matrimônio (verso 4) e a não se deixarem levar por ensinos estranhos (versos 9-10). Talvez estivesse pregando contra aqueles que expunham o asceticismo como uma exigência para salvação. Esta era uma ameaça de dentro da igreja: o engodo da segurança através do legalismo.

Outra precaução do autor era uma ameaça de fora da igreja: o amor ao dinheiro (verso 5). Os seus leitores deveriam ficar longe disto. Eles também foram orientados a estarem contente com o que já possuíam. Como razão para esta exortação, o escritor citou as palavras de Moisés, em Deuteronômio 31:6 que Deus nunca os deixaria ou os abandonaria. É aqui que o autor começou a discutir algumas das facetas da natureza eterna de Deus. Estas facetas também pertencem a Jesus Cristo, visto ser ele também completamente Deus.

Outro aspecto da natureza eterna de Jesus é a presença dele. Podemos ser confiantes que Cristo nunca partirá ou nos abandonará. Embora experimentemos separação de muitas pessoas durante nossa jornada nesta terra, alguém de quem nunca seremos separados é Jesus Cristo. Isto nos provê um fundamento seguro que jamais seria obtido pelo legalismo ou dinheiro.

Outra manifestação da natureza eterna de Cristo é sua permanência. O autor de Hebreus escreve no verso 8 que Jesus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Quem Jesus é, o que Ele representa, e o que realizou nunca será modificado. Jesus sempre será o Filho de Deus: Aquele que intercede por nós, que nos redimiu e que nos conduz. Jesus Cristo é um farol imutável, um marco imóvel para os que têm que navegar os mares inconstantes deste mundo temporário.

Os versos 11-14 mostram-nos outro aspecto da natureza eternal de Jesus Cristo: sua perspectiva. As cidades deste mundo são temporárias. Todas elas terão um fim. O autor de Hebreus relembra-nos a termos uma perspectiva eterna de nossa vida. Somos instados a buscar a cidade que há de vir. Jesus e o Pai irão ocupar esta cidade conosco (Apocalipse 21:22-27). Qualquer que seja a casa que ocupamos atualmente, ela não é nada além de um ponto de partida em nossa jornada rumo à eternidade. A terra passa; a eternidade persiste.

Finalmente, vemos nos versos 20-21 mais uma faceta da natureza eterna de Cristo: seu propósito para nós. O que o Pai deseja para nós é o que Jesus também deseja. Ele, entretanto, quer realizar duas obras em nós. Primeiro, Ele quer nos moldar mais e mais na pessoa que fomos criados para ser. Então, Ele deseja nos equipar para fazer a vontade de Deus.

Encorajamento

Nossa vida é repleta de escolhas. Cada dia alguns de nós se dão ao luxo de escolher qual roupa usar, qual a comida que gostariam de comer, que entretenimento desfrutar. Porém, neste mundo há muitos que não têm tais privilégios. Todas estas escolhas são uma função de nossa segurança terrestre. Alguns de nós temos uma posição segura neste mundo. Outros não são abençoados desse modo aqui na Terra. Se tivermos ou não essa segurança terrestre, Jesus nos oferece uma segurança eterna. O problema é que muitas vezes estamos tão focados em nossos desafios terrenos que nos esquecemos de nossas bênçãos celestes.

O escritor de Hebreus expõe uma pergunta séria para cada um de nós: Qual é a carreira que nos foi proposta (12:1)? A lição de hoje mostra-nos que nossa corrida tem dois aspectos. Primeiro, nós fomos chamados para ser o povo de Deus. Segundo, somos chamados a fazer a obra de Deus. Estes são nosso propósito e privilégio. Embora nosso papel na sociedade possa parecer secular, nosso propósito delineado é impactar a eternidade!

Os santos que vieram antes de nós, como ilustrado em Hebreus 11 também tiveram o mesmo propósito. Como parte da corrida deles, eles receberam algumas promessas maravilhosas de Deus. Porém, Hebreus 11:39-40 nos informa que eles não receberam na terra o que lhes tinha sido prometido. Eles receberão as suas recompensas na eternidade, junto com você e eu. Nós vamos celebrar juntos essa conquista!

Nosso Deus é plenamente confiável, porém o seu tempo não é o nosso tempo. As recompensas dadas por Ele transcendem nosso tempo na terra. É possível mantermos uma fé firme em Deus? O escritor de Hebreus diria um inequívoco "Sim". Ele sustenta que temos melhores e duradouras possessões, que nos aguardam na eternidade (10:34). A promessa de Deus é baseada em nossa perseverança (10:35-39). Se perseverarmos até o fim, Ele nos dará nossa herança eterna!

Como você pode abandonar suas expectativas temporais e as substituir com expectativas eternas? Isso tudo é uma questão de perspectiva. Jesus, o Cristo eterno, sempre estará conosco e capacitar-nos-á a perseverar em nossa carreira. Deixe que a estabilidade dele molde sua perspectiva.

Related Articles

O amigo importuno
E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Lucas 11:9...
Mordomia da adoração
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem...
Mordomia da família
BEM-AVENTURADO aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Salmos 128:1...
Mordomia cristã: um ato de entrega
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 1 Pedro 4:10...