Explanação
Neste trimestre estamos estudando as diferentes figuras de Jesus Cristo em o Novo Testamento. Já divisamos Jesus como filho, nosso intercessor e nosso redentor. A lição desta semana expõe Jesus como nosso líder.
O contexto de nosso estudo vem de Hebreus 10 e 11. Nesses capítulos, o autor declara que nos oferece redenção permanente e absoluta de nossos pecados. Nossos pecados não mais nos separam de nosso Deus. Hebreus 10:19 e 10:35 declaram a confiança que agora possuímos: a confiança de sabermos que temos livre e irrestrito acesso a Deus. Nosso desafio agora é movermos da possessão à participação, ou seja, da teoria à prática. Conforme argumentamos na semana passada, somos chamados a nos aproximarmos de Deus (10:22) e para nos relacionarmos uns com os outros (10:24-25). Ao praticarmos isto, venceremos com maior facilidade qualquer tentação que queira nos afastar da fé.
A meta do autor da carta aos Hebreus era preservar a fé de seus leitores, pois foi endereçada aos cristãos que estavam sendo impulsionados a perder a esperança (10:23). A dura perseguição e as tradições difundidas que enfrentavam tentavam persuadi-los a abandonar sua fé cristã. Por esta razão, o autor de Hebreus foi inflexível em sua argumentação sobre a perseverança (10:36-39). Ele sabia que a forma de manter a fé é perseverar. O autor identificou duas opções para o fiel (10:39): 1) voltar a encolher, ou 2) crescer na fé. Então, em Hebreus 11 (que algumas pessoas chamam de “Galeria dos Heróis da Fé”), deu o exemplo de muitas pessoas do Antigo Testamento que nos servem de modelo sobre como avançar na fé. Este capítulo termina com o lembrete de que os heróis veterotestamentários não receberam na terra o que havia sido prometido. Eles receberão juntamente conosco o prêmio da eternidade com Deus.
Embora o contexto da aula de hoje venha de Hebreus 10 e 11, o conteúdo da lição vem de Hebreus 12:1-13. Esta seção do livro mostra como podemos avançar na fé.
Exploração
O que o autor de Hebreus quis dizer ao escrever em 12:1 que estamos rodeados por uma grande nuvem de testemunhas? Estaria ele dizendo aos seus leitores que os “santos ” do capítulo 11 estavam observando-os? Não, justamente o oposto. Ele estava dizendo-lhes que eles deveriam observar e imitar a fé e a perseverança deles; expunha que os “heróis da fé do Antigo Testamento” servem de testemunho a nós, pois a vida deles fala ao nosso coração e encorajam-nos a permanecer firmes na fé.
Depois de dar exemplo após exemplo de modelos eficazes de fé (capítulo 11), o autor interpôs, então, até o maior modelo de fé: Jesus (12:2-4). Se estivermos procurando um líder que possa nos mostrar como a perseverar no meio de julgamentos, tentações e perseguições, Jesus é o líder derradeiro. Ele perseverou mesmo enfrentando a morte. Portanto, faremos um bem enorme a nós mesmos se fixarmos nossos olhos em Jesus (12:2).
Como Jesus pôde perseverar até o fim, mesmo enfrentado a morte? Certamente que seu Pai lhe deu a força necessária para esta missão. Além disso, o autor de Hebreus mostrou aos seus leitores que Jesus tinha mais recursos para essa batalha. Um desses recursos adicionais foi o conhecimento: Ele sabia que haveria um fim para seu sofrimento. Sua missão era específica: morrer numa cruz. Ele estava ciente que o seu sofrimento tinha um ponto final. Sabia que o seu destino final era assentar-se à destra de Deus (12:2). Jesus também sabia que o seu sofrimento tinha um outro fim (propósito): eliminar a barreira entre a humanidade e Deus. Por causa do grande sofrimento de Jesus, nós somos imensamente beneficiados. Esse fato trouxe alegria (12:2), que lhe permitiu suportar seu sofrimento.
Além de mencionar um líder que pode ajudar-nos a enfrentar nosso sofrimento, o autor de Hebreus também mencionou outro recurso em nossa luta para perseverar na fé: a nossa atitude. Em 12:5-11 ele sugere que vejamos alguns sofrimentos como disciplina de Deus. Esta é uma atitude que temos de escolher conscientemente adotar, porque ela não é a nossa atitude natural ao enfrentarmos dificuldades. Normalmente encaramos as dificuldades como um impedimento para alcançar nossos objetivos. Hebreus, no entanto, desafia-nos a aceitar as dificuldades como uma porta de entrada para o que deverá ser nossa meta.
Uma vantagem de ver o nosso sofrimento como disciplina é que esta perspectiva atribui às nossas lutas um papel importante na nossa vida. Elas nos ensinam a como nos tornarmos o povo que Deus quer que sejamos. Nossas provações, se aceitas em lugar de rejeitadas, são ferramentas poderosas para moldar-nos em pessoas mais piedosas. Quando vistas a partir dessa perspectiva, nossas dificuldades são também lembretes de que Deus nos ama, pois Ele permite lutas em nossa vida para nosso próprio benefício. Nossas lutas mostram-nos que Deus nos vê como seus filhos, a quem Ele disciplinas com amor (12:7-10). Por fim, a disciplina de Deus permite-nos partilhar a sua santidade (12:10). Embora o processo de trabalho através de provações seja geralmente desagradável, o resultado final deste processo pode ser muito agradável (12:11).
Encorajamento
Mencionamos o fato que Jesus tinha ciência de que seu sofrimento teria um fim. Ele sabia que no fim de tudo estaria com seu Pai na eternidade, e tal conhecimento lhe ajudou a perseverar até o final de seu sofrimento. Podemos nós também aplicar este conhecimento ao nosso sofrimento? Qual será o fim de nosso sofrimento? Como seguidores de Jesus Cristo, temos a certeza e a confiança que podemos entrar no Santíssimo Lugar através do sangue dele (10:19). Podemos adentrar a presença de Deus a qualquer momento, todos os dias da nossa vida aqui na Terra. Além disso, estamos confiantes que a nossa existência terrestre acabará. Um dia, estaremos eternamente na presença de Deus no céu (10:35-39). Assim como Jesus, nós também sabemos que nosso sofrimento tem um ponto final definitivo.
Ademais, tal como a situação de Jesus, o nosso sofrimento também tem um outro efeito, ou seja, é projetado para produzir justiça e paz (12:11). No entanto, é isto que realmente desejamos para nossa vida? Temos de ter cuidado para saber qual caminho. Se estivermos buscando um caminho que leva a prazeres e tesouros terrenos, então seremos tentados a enxergar as provações como empecilhos para alcançar nossos objetivos, o que facilitaria o abandono da fé cristã. É por isso que o autor de Hebreus desafia-nos a "fazer veredas direitas para os nossos pés” (12:12-13). Esta expressão foi extraída de Provérbios 4 um capítulo que fala sobre a nossa necessidade crítica por sapiência. A sabedoria recorda-nos a não confundir segurança temporal com segureza eterna.
Você conhece o caminho que está trilhando? Se desejar trilhar o caminho da segurança eterna, você precisa entender que sua recompensa será entregue na eternidade, que transcende sua existência na Terra. Você está apto a aceitar esta verdade? Ela requer muita paciência.
Perseguir objetivos temporais enquanto trilha o caminho eterno levará você a se tornar inapto. Se você está no caminho eterno, então deve acossar metas eternas. Isto lhe permitirá a apegar-se a sua fé cristã. A escolha é sua. Permita a Jesus levá-lo a uma escolha sábia.