Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.
INTRODUÇÃO
   Amados irmãos, Deus concedeu à Sua Igreja a feliz oportunidade de reavaliar os ensinos bíblicos sobre as bem-aventuranças encontradas no Sermão do Monte.
   Até aqui, neste quarto trimestre, temos estudado oito bem-aventuranças desdobradas em nove. Na verdade, os estudos com os quais o Senhor tem agraciado Sua Igreja, descrevem o caráter dos herdeiros do Reino de Deus, bem como os princípios que regem a conduta dos salvos em Cristo.
   Com efeito, aprendemos sobre humildade, o choro abençoado, a mansidão, a fome e a sede de justiça, a misericórdia, o coração limpo, os arquitetos da paz (pacificadores) e a perseguição por causa da justiça.
   Temos aprendido que as bem-aventuranças não podem ser qualificadas como virtudes e/ou aptidões naturais que integram a identidade de alguém. Ao contrário, são dádivas, dotações ou dons espirituais que decorrem de uma vida transformada e comprometida com Deus.
   Trocando em miúdos, ficou claro a todos que as virtudes descritas nessa primeira parte do Sermão do Monte, não se referem a características ou predicativos de uma pessoa não regenerada. Mas, são verdadeiras dádivas espirituais. Assim, por exemplo, quando o comentarista da lição aborda a bem-aventurança dos “humildes de espírito”, está, de fato e de verdade, aludindo aos que reconhecem de coração serem “pobres” no sentido de não poderem efetuar nenhum bem espiritualmente relevante sem a assistência do Espírito Santo. Dito de outro modo, os “pobres de espírito” são aqueles que reconhecem não terem nenhum poder em si mesmo que os habilite a fazerem aquilo que Deus espera deles.
   E nem poderia ser diferente, convenhamos. Certamente o Lar dos salvos pertence a esses, visto que dele os orgulhosos e arrogantes, cheios de justiça própria, são excluídos.
   Pois bem. Resumindo, as bem-aventuranças ou beatitudes extraídas do Sermão da Montanha, podem ser descritas como sendo um retrato do caráter dos súditos do Reino estabelecido por Jesus. Sim, porque essa é uma verdadeira descrição do caráter do próprio Cristo. Não é exagero afirmar que os salvos devem sempre se mirar, ou seja, espelhar-se em Jesus. O autor da Epístola aos Hebreus nos desafia: “olhando firmemente para Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:2grifo do autor). E Paulo é categórico em afirmar: “E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o espírito” (2 Coríntios 3:18 grifo do autor).
    Sem dúvida, Cristo é nosso perfeito exemplo. É nEle que devemos sempre nos espelhar. Paulo era um imitador de Cristo. E, nessa condição teve a ousadia de desafiar a Igreja em copiá-lo na imitação de Cristo. Paulo jamais se apresentou como um modelo de vida. Seu foco sempre era “Cristo, o varão perfeito” (Efésios 4:13). Aliás, essa afirmação é tão verdadeiramente bíblica, que o apóstolo dos gentios, ao discorrer sobre o ideal da perfeição, com absoluta franqueza e transparência, exclamou: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3:13 – grifo do autor).
   Com essa convicção e determinação de ter Cristo como nosso espelho, até porque, “quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2:6), avançaremos na análise dessa palpitante bem-aventurança cravada no Evangelho Segundo João.
   Passemos, portanto, à análise da decretação de felicidade total direcionada aos “[...] que não viram e creram”.
 
 
COMPREENDENDO O CONTEXTO EM QUE FOI PROFERIDA ESSA BEM-AVENTURANÇA
   Sem dúvida, no estudo desta semana estamos enfatizando a bênção prometida por Cristo aos que cultivam a verdadeira fé, ou seja, aqueles que creram mesmo sem terem visto.
   Nos comentários a seguir colocamos em destaque o dom da fé. No Antigo Testamento encontramos a afirmação: “[...]; mas o justo viverá pela sua fé” (Habacuque 2:4b). E o apóstolo Paulo, reportando-se ao texto do profeta Habacuque, escreveu: “Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé; como está escrito: ‘O justo viverá por fé” (Romanos 1:17). Ver, ainda, Gálatas 3:11; Efésios 2:8; e Hebreus 10:38 39.
   Ora, ao mencionar o tema FÉ, não pretendemos aqui discutir sua definição, mas, aclarar, sem margem para dúvidas, que a fé genuína não é sinônimo de otimismo e, tampouco, de pensamento positivo. Também não se pode confundir a fé com superstição.
   Com efeito, a fé verdadeira é muitíssimo mais do que simples crença e/ou mera aceitação intelectual. Trata-se, portanto, de confiança total e absoluta nAquele que é “o autor e consumador da fé” (Hebreus 12:12).
   Dessa forma, somos desafiados a refletir sobre a claríssima afirmação do autor da Epístola aos Hebreus, quando exorta: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6).
   Dito isso, passemos agora ao contexto em que foram proferidas as palavras contidas no verso-chave: “[...]: Bem-aventurados são os que não viram e creram” (João 20:29).
   De fato, as pessoas que viveram nas mesmas regiões e nos mesmos tempos bíblicos em que Jesus viveu, foram muito privilegiadas, já que as profecias messiânicas do Antigo Testamento encontraram na vida e obra de Jesus Cristo seu pleno cumprimento.
   Partindo daí, podemos imaginar, por exemplo, o privilégio que tiveram aqueles que testemunharam Jesus ter acalmado a tempestade no mar da Galileia. Tanto é assim, que o texto sagrado declara: “E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: — Verdadeiramente o Senhor é o Filho de Deus!” (Mateus 14:33). E mais: “Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: — Você é o Filho de Deus!” (Marcos 3:11).
   Com base na revelação bíblica, poderíamos dar asas à imaginação e vislumbrar diversos cenários da poderosa vida terrena de Jesus. É importante ressaltar aqui o episódio envolvendo Natanael, quando ele testificou: “[...]: — Mestre, o Senhor é o Filho de Deus! O Senhor é o rei de Israel!” (João 1:49).
   Observe-se que, tanto nesses, quanto nos demais exemplos das Escrituras, o propósito de Deus era apresentar aos Seus filhos (primeiramente, daquela época, mas também dos nossos dias) fortes evidências sobre as quais podemos basear nossa fé. Aliás, é a própria Palavra de Deus que afirma: “Na verdade, Jesus fez diante dos Seus discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham vida em Seu nome” (João 20:30 31).
   Assim, para uma melhor compreensão do verso-chave, é-nos lançado o desafio de meditar no episódio exposto na narrativa dos Evangelhos de Marcos e de João, em que Jesus, após Sua ressurreição, aparece primeiramente para Maria Madalena e, em um segundo momento, o Senhor Se apresenta para dez discípulos. Oito dias após isso, o Salvador aparece novamente aos discípulos, mas, a diferença é que desta vez, junto com eles estava Tomé.
   Ora, é do conhecimento de todo o estudioso das Escrituras Sagradas que Tomé não cria que Jesus houvesse ressuscitado. Essa é, pois, a razão pela qual o Mestre o aborda, nos seguintes termos: “[...]: — Ponha aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda também a sua mão e ponha no meu lado. Não seja incrédulo, mas crente” (João 20:27).
   Não se pode afirmar, porquanto não revelado e, bem por isto é discutível e controverso, sobre quando teria ocorrido a conversão de Tomé — se nesse momento ou se em ocasião anterior não registrada detalhadamente na Bíblia. Mas, uma coisa se pode afirmar: nesse momento ocorreu, no mínimo, uma restauração de vida!
   Sim. De fato, cremos que Tomé ficou imbuído de um espírito de adoração muito profundo ao Deus verdadeiro (Jesus é verdadeiro Deus), ao ponto de, prostrado, expressar a seguinte declaração: “Ao que Tomé respondeu: — Senhor meu e Deus meu!” (João 20:28).
   Assinale-se que foi nesse contexto que Jesus proferiu as palavras que formam nosso verso-chave: “[...]: Você crê porque me viu? — Bem-aventurados são os que não viram e creram” (João 20:29).
   Ao discorrer sobre o cap. 20 do Evangelho de João, o Pastor Warren W. Wiersbe, lançou a seguinte reflexão:
   “João não seria capaz de terminar seu livro sem transpor o milagre da ressurreição para a realidade de seus leitores. Não devemos invejar Tomé e os demais discípulos como se não pudéssemos experimentar o poder da ressurreição de Cristo em nossa vida hoje. Foi justamente por isso que João escreveu este Evangelho — para que as pessoas de todas as eras soubessem que Jesus é Deus e que a fé em Cristo traz vida eterna.
   Não é necessário ‘ver’ Jesus Cristo para crer. Sem dúvida, foi uma bênção aos primeiros cristãos ver seu Senhor e saber que estava vivo, mas não foi isso que os salvou. Não foram salvos por ver, mas por crer. O Evangelho todo de João enfatiza a fé e faz cerca de cem referências à fé em Jesus Cristo.
   Hoje, Cristo não é mais visível, de modo que não podemos contemplá-lo operando os mesmos milagres (sinais) descritos por João em seu livro. Porém, o registro desses fatos está a nossa disposição, e é tudo de que precisamos. ‘E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo’ (Romanos 10:17: e note 1 João 5:9-13). Quem lê o relato de João fica face a face com Jesus Cristo, observando de perto como Ele viveu, o que disse e fez. Todas essas evidências apontam para a conclusão de que Ele é, verdadeiramente, o Filho de Deus encarnado, o Salvador do mundo”.
   A exortação do Senhor Jesus no diálogo com Tomé, no versículo antecedente (João 20:27b), deveria fazer-nos parar e pensar. Na versão oficial de nossa Escola Bíblica Sabatina — NAA (Nova Almeida Atualizada) está escrito: “[...]. Não seja incrédulo, mas crente”.
   Na NVI está: “Pare de duvidar e creia”.
   Na Bíblia Judaica, está: “Não tenha pouca confiança, confie!”
   Na paráfrase da Bíblia “A Mensagem”, do pastor Eugene Peterson, está: “Não seja descrente. Creia!”
 
UMA PROFISSÃO DE FÉ SOBRE A DIVINDADE DE JESUS
   A respeito da reverente adoração manifestada por Tomé, mostra-se oportuno fazer um breve comentário de cunho teológico. Aqueles que negam a divindade de Jesus traduzem João 20:28 dizendo que Tomé apenas “prestou homenagens a Jesus”. O texto sagrado em João 20:28 é categórico em demonstrar que o discípulo incrédulo adorou a Jesus. Esse cenário, portanto, constitui mais uma das muitas evidências da divindade de Cristo.
   Observe-se que a revelação bíblica é inconfundível em estabelecer que só a Deus cabe a adoração da parte do ser humano. Assim, por exemplo, quando o apóstolo João, na ilha de Patmos, após o encontro com Cristo, teve, em momento posterior, a visita de um anjo e quis adorá-lo, tal iniciativa foi prontamente rejeitada. Confira-se: “Prostrei-me diante dos seus pés para adorá-lo. O anjo, porém, me disse: — Não faça isso! Sou um servo de Deus, assim como você e os seus irmãos que guardam o testemunho de Jesus. Adore a Deus! [...]” (Apocalipse 19:10grifo do autor).
   De igual modo, em Apocalipse 22:8 9 a cena se repete. Vejamos: “Eu João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, depois de ter ouvido e visto, prostrei-me diante dos pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. Mas ele me disse: — Não faça isso! Sou um servo de Deus, assim como você e os seus irmãos, os profetas, e como são os que guardam as palavras deste livro. Adore a Deus!” (Grifo do autor).
   Evidentemente, a prostração cheia de reverência e profundo espírito de adoração que o apóstolo João quis dar ao anjo foi no mesmo teor daquela que Tomé ofereceu a Cristo. E Cristo aceitou a adoração de Tomé. Nesse caso, só nos resta duas possíveis conclusões: ou Jesus é verdadeiro Deus ou é um falsário arrogante.
   Permita Deus, seja a tua convicção de fé a mesma expressada pelo apóstolo Pedro quando confrontado pelo próprio Senhor na região da Cesareia de Filipe. Confira o texto e imagine a cena: “Indo Jesus para a região de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: — Quem os outros dizem que é o Filho do Homem? E eles responderam: — Uns dizem que é João Batista; outros dizem que é Elias; e outros dizem que é Jeremias ou um dos profetas. Ao que Jesus perguntou: — E vocês, quem dizem que eu sou? Respondendo, Simão Pedro disse: — O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:13 16).
   Recomendamos atentar às palavras do pastor Hernandes Dias Lopes quando, sem grifos no original, afirmou:
   “A fé não precisa ver para crer; a fé crê e, por isso, vê. Concordo com Charles Erdman quando ele diz que temos aqui não só a culminância da fé, mas igualmente o clímax do evangelho. João, em seguida, deixa claro que seu escopo, na produção desse livro, foi levar os leitores exatamente à mesma fé em Cristo. Se uma pessoa realmente cética como Tomé se convenceu da ressurreição de Jesus, ninguém ficará sem desculpas. Se Jesus, de fato, ressurgiu, podemos concluir, como Tomé, que ele é divino. Se Jesus permitiu que Tomé O adorasse como Deus, devemos entregar-nos a Ele em adoração e amor, que provou ser por Sua ressurreição, ‘Deus verdadeiro de verdadeiro Deus’”.
   Reiteramos nossa convicção de fé de que Cristo é Deus. A Teologia Sistemática ensina que a revelação de Deus se dá (i) de modo natural e (ii) de modo especial. Resumindo, a revelação natural se pode verificar na natureza, a saber, nas obras da Criação, mas também de forma especial, isto é, Deus Se manifestando aos seres humanos de forma direta.
   Confira-se, no tocante à revelação natural, a declaração de Davi no Salmos 19 “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (v 1). Veja-se, ainda, a afirmação de Paulo em Romanos 1:19-21: “Pois o que se pode conhecer a respeito de Deus é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, isto é, o seu eterno poder e a sua divindade, claramente se reconhecem, desde a criação do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que Deus fez. Por isso, os seres humanos são indesculpáveis. Porque, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, e o coração insensato deles se obscureceu” (grifo do autor).
   Esses versos bíblicos, portanto, levam-nos à compreensão de que Deus está com suficiente clareza revelado no mundo natural. Em verdade, as obras da criação, estruturada com tamanha complexidade e adornada com peculiar beleza, proclamam de modo inconfundível uma Inteligência Superior — Criadora e Mantenedora —, que nós, crentes em Cristo e Sua Palavra, chamamos Deus.
   E a revelação especial? Como a entendemos?
   Nesse caso, do Gênesis ao Apocalipse encontramos Deus Se comunicando de diferentes maneiras com o homem caído buscando salvá-lo. Mas, o texto bíblico de maior clareza nesse sentido, que nos salta aos olhos, aqui está na Epístola aos Hebreus. Leiamos atentamente: “Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também fez o universo. O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela sua palavra poderosa, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,” (Hebreus 1:1-3, grifo do autor).
    Dito de outro modo, amada Igreja, Cristo Jesus é a mais completa forma da revelação especial de Deus. E mais. Cristo Se tornou um de nós. Sim, Ele veio como um humano. Era 100% (cem por cento) Deus e 100% (cem por cento) homem. Aliás, a esse respeito, o apóstolo Paulo escreveu: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl 2:5-11).
   Alto e bom som afirmamos que Jesus é Deus e que Ele é a exata expressão do ser de Deus.
   Atentemos agora à nota de rodapé extraída da Bíblia de Estudos NAA:
   “A confissão de Tomé acerca de Jesus como seu Senhor (gr. Kyrios) e Deus (gr Theos) estabelece um vínculo literário com as referências a Jesus; no prólogo, como sendo Deus (1:1, 18). Este é um dos mais fortes textos do NT sobre a divindade de Cristo (veja 1:1). Algumas seitas tentam negar esta clara afirmação da divindade de Jesus argumentando que a declaração original de Tomé era apenas uma exclamação de espanto que, na verdade, tomou o nome de Deus em vão. Tal explicação, porém, é inconcebível, dadas as fortes convicções judaicas da época e por não ser consistente com o texto, que diz explicitamente que Tomé proferiu estas palavras a Jesus (respondeu). A declaração de Tomé é, de fato, uma clara condição de sua renovada fé em Jesus como seu Senhor e Deus. O grande propósito de João ao escrever este livro é que todos os leitores venham a confessar Jesus como seu Senhor e Deus da mesma forma que Tomé o fez”.
   A essa altura, mostra-se oportuno que cada crente batista do sétimo dia responda a si mesmo às seguintes indagações:
— Quem é Jesus para mim?
— O que Ele significa no meu viver?
— Qual é a abrangência do Seu senhorio no meu cotidiano?
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
   Conforme anotamos no início desse estudo bíblico, não há outro meio nem outro nome pelo qual importa que sejamos salvos, a não ser por Jesus Cristo e Sua obra redentora na cruz do calvário. “E não há salvação em nenhum outro, porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos dos Apóstolos 4:12).
   Temos visto, ademais, que os bem-aventurados são aqueles que se apropriam dessa salvação pela graça, por intermédio da fé. O texto bíblico não deixa margem para dúvidas quando, a propósito, afirma: “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8 9 – grifo do autor).
   Deveríamos a cada dia gastar algum tempo meditando sobre Cristo Jesus, Seu caráter, Sua vida e obra. Afinal, Ele é o nosso perfeito exemplo! E mais. É pela Sua contemplação que somos transformados. Confira a Palavra inspirada: “E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3:18).
   Sendo assim, a fé que nos leva à contemplação de Cristo faz com que sejamos iluminados. E, nessa condição, não andaremos nas trevas. Com isso, afirmamos que a fé não é, como proclamam alguns, um salto no escuro, mas, ao contrário, ela está focada no “Sol da Justiça”, Jesus — “o autor e consumador da fé”.
   Que a nossa fé em Jesus, dia a dia se robusteça mais e mais!
   Deus nos abençoe! Amém!
 
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE
1. Que lições podemos extrair da incredulidade de Tomé?
R.
2. Qual a relevância da declaração de fé de Tomé? Como o senhorio de Cristo tem afetado a vida do crente batista do sétimo dia?
R.
3. Apresente três argumentos teológicos com fundamentação bíblica em favor da divindade de Jesus.
R.
4. Discuta em classe com fundamentação bíblica a afirmação: “Cristo Jesus é a mais completa forma da revelação especial de Deus”.
R.

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