Explanação

À medida que lemos Hebreus, uma coisa fica muito clara: Jesus é superior. Quando estudamos o capítulo 1, há duas semanas, vimos que, como Filho de Deus, Jesus é superior aos anjos. Ao estudarmos o capítulo 7, semana passada, pudemos perceber que, como nosso intercessor, Ele é superior ao sacerdócio do Antigo Testamento. Nesta semana estamos estudando porções dos capítulos 9 e 10, nas quais o autor argumenta que a nova aliança é superior à antiga (8:6).

 

Para que você aproveite melhor a lição de hoje, firmemente lhe admoesto a ler os capítulos 8, 9 e 10 de Hebreus em sua plenitude. Eu sei que esta tarefa demandará tempo, portanto, não estou lhe pedindo para fazer isso levianamente. Todavia, se você investir seu precioso tempo em entender completamente o que o autor de Hebreus estava comunicando nestes capítulos, tenho certeza que você estará traduzindo seu investimento temporal de tempo num investimento eterno.

Lembre-se que o escritor de Hebreus tinha uma meta muito importante: Ele anelava encorajar seus leitores a permanecerem firmes na sua fé cristã, apesar das dúvidas e perigos que estavam enfrentando. Um entendimento pleno dos capítulos 8 a 10 é essencial para atingir esta meta. Estes capítulos servem de amplificação e aplicação à verdade vista no capítulo 7. Jesus, superando todas as habilidades dos sacerdotes veterotestamentários, é capaz de interceder por nós diante de Deus de uma forma perfeita e permanente. Além disso, Ele redimiu-nos completamente de nosso estado de separação de Deus, ao pagar o preço por nossos pecados derrubando a barreira de divisão entre nós e nosso Pai Celeste. Ele tem feito isso em seu papel de mediador da Nova Aliança. Jesus, o Filho de Deus, é tanto nosso intercessor como nosso redentor.

Exploração

Na semana passada vimos em Hebreus 7:22 que Jesus é a garantia de uma aliança melhor. Os capítulos 8 ao 10 de Hebreus servem para ampliar esta verdade comparando a Antiga Aliança com a Nova Aliança. Podemos observar nesses capítulos, portanto, uma abundância de linguagem comparativa. Achamos, por exemplo, a discussão dos dois pactos: o primeiro, antigo, versus o outro pacto, a nova aliança, (8:6-13; 9:1, 15; 10:16). Não perca, em 8:8-12, a referência do autor a Jeremias 31 uma maravilhosa identificação da Nova Aliança ainda por chegar.

Vemos também a discussão dos dois tabernáculos: o verdadeiro tabernáculo (ou santuário), feito nos céus, versus uma cópia feita por mãos humanas na Terra (8:2, 5; 9:1-8, 11, 24). Assim como os sacerdotes entraram no tabernáculo terreno para prover redenção pelos pecados do povo; Jesus, nosso verdadeiro redentor, entrou no maior e perfeito tabernáculo nos céus.

Finalmente, observe também as comparações de um ministério superior, de melhores promessas (8:6), de uma nova ordem (9:10), e da realidade versus a sombra (10:1). Além desta linguagem comparativa que encontramos em Hebreus 8 ao 10, também vemos nesses capítulos uma abundância de linguagem absoluta. Lemos, por exemplo, de um sacrifício, de uma vez por todas, para sempre (10:12-14). Aprendemos sobre uma eterna redenção (9:12) e uma herança eterna (9:15). Somos informados que Deus nunca mais se lembrará de nossos pecados (10:17). A utilização de tais termos absolutos deve-se ao fato do escritor estar comunicando a verdade que Jesus tem-nos redimido absolutamente da nossa separação de Deus.

O mediador da antiga aliança era o sumo-sacerdote, que servia no templo em Jerusalém. Uma vez por ano, ele entrava nos santos dos santos (ou santíssimo) para oferecer um sacrifício pelos seus pecados e pelos pecados do povo (9:1-7). O sumo-sacerdote dependia que o povo provesse o animal a ser usado neste sacrifício.

O mediador da nova aliança é Jesus, o derradeiro sumo-sacerdote. Uma única vez, não uma vez por ano, Jesus entrou no maior e mais perfeito tabernáculo, edificado nos céus (9:11; 10:11-13). Como nosso sumo-sacerdote, ele ofereceu a Deus o mais perfeito sacrifício por nossos pecados. Diferentemente dos outros sacerdotes, que dependiam das pessoas proverem o sacrifício, Jesus, como mediador da nova aliança, proveu por si mesmo o sacrifício. Além do mais, o sacrifício foi seu próprio corpo (9:25-26; 10:5). Portanto, Jesus como nosso redentor não é apenas um sacerdote, mas também um cordeiro. Ele é o sacrifício por nossos pecados.

O fato de Jesus ter oferecido a Deus seu próprio sangue (9:11-14) não pode ser subestimado. Enquanto o sangue dos animais foi efetivo em purificar somente o exterior do pecador, o sangue de Cristo, nosso verdadeiro redentor, é efetivo em purificar a pessoa por completo, até mesmo nossa consciência (9:13-14). Este é o cerne da verdade que o autor de Hebreus estava tentando comunicar. Temos entendido que Jesus nos oferece absoluto, perfeito e permanente resgate de nossos pecados? Sabemos que Jesus nos oferece acesso livre e irrestrito a Deus? Se assim for, então será mais fácil enfrentarmos qualquer provação, ou até mesmo perseguição sem abandonar nossa fé cristã.

Encorajamento

Antes de terminar esta lição, esteja certo de que você entendeu claramente a verdade de Hebreus 9:9-15 e 10:1-12. As ofertas de sacrifícios animais, não importa o quão frequentemente repetidas, não puderam tirar a iniquidade da humanidade, então, Deus providenciou o sangue de Jesus para esse propósito. O sangue de Jesus não foi aspergido sobre nosso corpo (exterior). Ele tem sido aspergido em nosso coração (interior). (Contraste 9:13 com 10:22.) Temos, portanto, sido purificados a partir do nosso interior. Fomos feitos santos, agora podemos entrar na presença de um Deus santo. Fomos libertos do efeito separador do pecado (9:15). Podemos agora adentrar ao Santíssimo Lugar (10:19), porque, pelo seu próprio sangue, Jesus nos resgatou completamente.

A obra redentora de Cristo foi concluída. Após entrar na presença de Deus (no Santíssimo Lugar), assentou-se à destra do Senhor (8:1; 10:12), porque cumpriu completamente sua tarefa. Nossa tarefa está apenas começando.

Enquanto o nosso resgate por Jesus é uma realidade absoluta, completa; a aplicação desta realidade em nossa vida ainda não é completa. Esta é a nossa tarefa em curso. Isto é o que o autor de Hebreus estava tentando mostrar aos seus ouvintes. Lemos em 9:14 que fomos limpos de modo que possamos servir a Deus. A nossa salvação é tanto um fim quanto um começo. Por causa de Jesus, não mais estamos separados de Deus. A separação impede relacionamento, mas a reconciliação o permite. Um dos maiores privilégios de nosso relacionamento com Deus está em poder servi-lo e ministrar a outras pessoas, com a ajuda d’Ele.

Hebreus 10:19-39 resume tudo o que temos discutido até aqui. Ele nos lembra que fomos libertados da prisão, e nos desafia a assumir a nossa nova liberdade e usá-la para bons fins. Somos chamados para nos achegarmos a Deus (10:22), a retermos firmes a esperança de que Ele nos dá (10:23). Somos também convocados a nos relacionarmos com outros, encorajando-os a aderir à nossa missão de amor e de boas obras (10:24-25).

Um dos maiores problemas que os ex-prisioneiros enfrentam é não saber como lidar com a sua liberdade. A liberdade traz opções e as escolhas trazem o potencial para o bem e para o mal. Agora que você pode entrar na presença de Deus, você está levando Deus para as suas escolhas? Hebreus 10 convida-nos a perseverar na fé, e não a ficarmos em dúvida.

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