Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.

Romanos 15:4 

INTRODUÇÃO

   Em Deuteronômio, capítulo 4, versos de 1 a 9, Moisés é instruído a ensinar o povo de Deus a aprenderem da Sua Palavra para que tivessem vida (v. 1). E ainda os exorta a não acrescentarem nem diminuírem ao que foi ensinado (v. 2), porque fazendo isso, mostrariam aos outros povos quão sábio e inteligente era Israel cujo Deus sempre Se fez presente no meio do Seu povo (vs. 6,7). Dito isso, podemos verificar a importância do ensino da Palavra de Deus aos povos. Assim como o Senhor falava com Moisés, hoje Ele nos fala pelo Espírito Santo e por Sua Palavra, para que aprendamos Sua vontade. E aprendendo, não mudemos, não distorçamos, não acrescentemos, nem retiremos nada do que foi dito, escrito e compilado. Assim, Sua soberana vontade torna-se conhecida.

   E indo além, o ensino que nos foi deixado pelo Senhor não só informa, mas também transforma o homem, tornando-o sábio. E isso não é motivo para arrogância, soberba, orgulho, porém motivo de alegria, de humildade e de sabedoria. Afinal, sabemos a quem servimos, tanto a Deus como ao próximo. O ensinar é uma ordem! Podemos confirmar essa verdade em Mateus 28:20a: “... ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”. Aqui, como em Deuteronômio, o ensino da Palavra não pode ser modificado, deve ser levado, na íntegra, a todos para demonstrar a sabedoria e a soberania de Deus. O ensinar não é só transmissão de conhecimento, mas também um estilo de vida, pois sempre estamos ensinando alguma coisa para alguém, estamos sendo observados diariamente e as nossas atitudes influenciarão pessoas, para o bem ou para o mal.

   Nenhum ministério, nenhuma função no Corpo de Cristo está dissociada da outra. Corpo é um conjunto, uma estrutura e, na igreja, é um grupo de pessoas abençoadas, escolhidas e capacitadas pelo Espírito Santo de Deus para servirem umas às outras, à comunidade, servindo dessa forma a Deus. Quando Jesus veio a Terra, grande parte de Seu ministério era o de ensinar. “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mateus 4:23). E como já foi citado anteriormente, ordenou aos Seus discípulos a também ensinar. A vida é um eterno aprender. Somos também desafiados a compartilhar o conhecimento de forma que todos possam viver melhor. O Senhor nos legou um aprendizado para a vida eterna; então, repassemos tão grandioso conhecimento para que todos sejam alcançados pela Palavra que liberta e transforma!

 

QUAIS AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DA ESCOLA BÍBLICA?

   O homem, na pessoa de Adão, recebeu o maior ensinamento de toda a história: ouvir e obedecer. Deus foi bem claro em expor a Adão o perigo que corria em não obedecer à ordem dada: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:16-17). Desde lá, o Senhor tem sistematicamente ensinado ao homem quem Ele é, o que Ele quer do homem e o que Ele faz pelo homem e para o homem. Constante na vida do ser humano, o Senhor sempre nos ensinou a viver melhor nesta terra, a termos boa relação com Ele e com o outro, como também com toda a Criação. O ensino divino é diário, é permanente e nunca terá fim.

   A importância do ensino bíblico é crucial para o fortalecimento espiritual do cristão, para o desenvolvimento do corpo de Cristo, que é a Igreja. A Professora Odila, ensina:

   “Em uma construção, o alicerce indica o tamanho, a segurança e a durabilidade do edifício que está sendo construído. O mesmo acontece com a igreja. Uma igreja forte e saudável está alicerçada numa sólida fundação: a Bíblia, a Palavra de Deus, a mensagem de Deus para quem a lê. A Grande Comissão, baseada no Jesus ressurreto e sustentada por ele, é composta por três verbos: ir, batizar e ensinar. [...]. É também tarefa da igreja a edificação dos crentes. Os salvos devem atingir a maturidade espiritual, e isso só se dá por meio do ensino da Palavra. Eles precisam receber uma cuidadosa instrução bíblica que garanta a integração do novo convertido à vida da igreja. É da vontade de Deus que todos cheguem à maturidade, à estatura de varões perfeitos. Mas esse amadurecimento só acontece pelo conhecimento de princípios bíblicos – não um conhecimento intelectual apenas, mas um conhecimento prático.

   Quando ensinamos a Palavra de Deus, ela mesma vai desvelando as verdades do Senhor e permite que adentremos o Reino Celeste, o Reino Espiritual. Isso se dá quando deixamos o Espírito Santo atuar, pois é Ele quem “nos lembrará de tudo o que foi dito por Jesus”. O próprio Cristo é a Palavra viva de Deus. Atualmente, os estudos científicos, históricos, geográficos, antropológicos e linguísticos, dentre outros, confirmam as verdades bíblicas, o que é importante para nós todos e, principalmente, para os professores. A Palavra, embora tenha cunho espiritual e sobrenatural, é também revelada na obra física do Senhor. Por isso, estudar nunca é demais, contudo também é importante não querermos, como professores, explicar toda a Bíblia, pois somos finitos e não entendemos a dimensão do Infinito.

   Termos um relacionamento íntimo com o Senhor é necessário para que Ele, assim como fez com os profetas, fale por meio de nós, que o nosso conhecimento seja norteado pela Palavra. Não devemos nos distrair, pois a Bíblia adverte: “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2 Pedro 2:1). Dessa forma, vamos enumerar alguns objetivos do ensino bíblico. Destacaremos os mais contundentes e importantes para a igreja, a saber:

1) Mostrar que Deus Se revela na Palavra. O Salmos 19 de 1 a 6, discorre como a natureza manifesta a criação do Senhor e nós, parte dessa Criação, podemos claramente olhar em volta e constatar isso. Em Romanos 1 versos 18 a 20, a Palavra do Senhor aponta para a incredulidade do homem diante da manifestação divina nas “coisas criadas”; e em João 1:10-14, a Bíblia nos apresenta Deus na figura do Seu Filho. Ou seja, um dos compromissos da escola bíblica é dizer que a Bíblia está intrinsecamente ligada ao conhecimento de Deus. Nós O conhecemos cada vez mais pelo estudo da Palavra. Por isso, avulta em importância o comprometimento dos professores da igreja com o ensino: “O que ensina, esmere-se no fazê-lo” (Romanos 12:7).

2) Ensinar que “ensinar” é uma ordem de Jesus. Nosso Mestre Se preocupava com a disseminação do Evangelho, com a propagação de “Boas notícias” para o ser humano, com o bem-estar do homem, pois vida abundante só se poderia encontrar no Senhor Jesus. O comando do Senhor é: “ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:20 - NVI). Jesus demonstra a necessidade daqueles que O aceitaram de aprenderem continuamente Seus mandamentos.

3) Estimular o cristão ao crescimento espiritual. A famosa frase de Cristo “nascer de novo” implica, consequentemente, um desenvolvimento espiritual após esse novo nascimento. Muitos irmãos não se dão conta da necessidade deste desenvolvimento. É necessário determinação. Portanto, há que haver um esforço individual para que haja esse crescimento espiritual. “Jesus dizia a todos: ‘Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me’” (Lucas 9:23 – NVI). Assim como todo bebê se esforça para alimentar-se, falar, ficar em pé, também o cristão precisa esforçar-se para crescer espiritualmente. O escritor do livro de Hebreus traz uma triste constatação sobre o seu próprio povo, que mesmo tendo uma história vitoriosa com o Deus único, não havia aprendido o sufi ciente para tomar atitudes maduras, consistentes e espirituais. Confira-se: “Quanto a isso, temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para aprender. Embora a esta altura já devessem ser mestres, precisam de alguém que ensine a vocês novamente os princípios elementares da Palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido. Quem se alimenta de leite ainda é criança e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se a discernir tanto o bem quanto o mal” (Hebreus 5:11-14 – NVI).

    Existem outras atribuições da escola bíblica, do ensino bíblico, não só para gerar comunhão e conhecimento, mas também “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;” (2 Timóteo 3:16 grifo nosso). Contudo, para atuar neste ministério, devemos observar os fatores que o Pastor Edvard Soles comenta no devocional de segunda-feira desta lição: “Busca sincera e constante do conhecimento da Lei do Senhor; praticar a Lei em sua própria vida e, depois, transmitir esse conhecimento ao povo”. Buscar o conhecimento da Lei do Senhor é estudar, ler, compreender, analisar a Palavra, orando e pedindo ao Espírito de Deus que ilumine a nossa mente. Praticar a Lei é a mesma coisa que obedecer e exercitar, realizar, efetuar, habituar-se com a prática dos mandamentos; daí podemos, naturalmente, ensinar, pois não há como ensinar algo em que não acreditamos; quanto mais entendemos a Lei do Senhor, mais obedecemos, mais a praticamos e melhor a ensinamos.

 

ALGUNS PERSONAGENS BÍBLICOS

   Para ensinar o que é espiritual, é necessário ser espiritual. Deus é espírito (João 4:24); Jesus e o Pai são um (João 10:30) e nós, os que cremos, somos todos um em Cristo Jesus, que está no Pai (João 17:21). Para crermos em tudo isso precisamos ser espirituais, pois somos agora participantes da natureza divina (2 Pedro 1:4). A partir de então podemos ensinar com mais propriedade a Palavra, visto que ela é divinamente inspirada. Não podemos simplesmente querer ensinar a Palavra pelo conhecimento humano, visto que Deus é infinito, e nós, finitos. Precisamos de consagração, de auxílio do Consolador, para ensinar as verdades espirituais. E quem melhor para nos capacitar no ensino do que o próprio Deus?

   “Deus como mestre. Deus é o mestre incomparável (Jó 36:22). Ninguém pode lhe ensinar o conhecimento (Jó 21:22; Isaías 40:14). Ao contrário, é Ele quem ensina ao homem o conhecimento (Salmos 94:10), e ao lavrador a arte da agricultura (Isaías 28:24-26). Deus ensinou a Moisés o que dizer e fazer (Êx 4:12,15), e Israel com respeito à lei e aos mandamentos. (...) Nos últimos dias, o Senhor será buscado pelas nações a fi m de serem ensinadas por Ele (Isaías 2:3; Miquéias 4:2; cf. Isaías 30:20; 54:13). Mas Deus ensina o indivíduo bem como a nação. Ele ensina o humilde e o pecador em seu caminho (Salmos 25:8-9); o salmista em sua mocidade quanto à lei (Salmos 71:17; 94:12); e aquele que o teme no caminho que deve escolher (Salmos 25:12). (Êx 24:12).

   O Criador nunca desamparou a Sua criação, mesmo o homem não aprendendo a primeira e mais importante lição. Deus continua ensinando de várias formas o modo certo do homem voltar ao estado original. O Senhor capacitou muitos homens (profetas, juízes e libertadores) dando a eles sabedoria para que ensinassem os mandamentos divinos. E o maior libertador de toda história é o Senhor Jesus Cristo. Enviado pelo Pai, foi na terra o mais autêntico Mestre que a humanidade já teve. “Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei” (Mateus 7:28-29 - NVI). E além dessa autoridade, os discípulos de Jesus ainda contavam com o auxílio do Espírito Santo, “Quando vocês forem levados às sinagogas e diante dos governantes e das autoridades, não se preocupem com a forma pela qual se defenderão, ou com o que dirão, pois naquela hora o Espírito Santo ensinará o que deverão dizer” (Lucas 12:11-12 – NVI). Assim, nós hoje também contamos com o ensino do Consolador.

    Há na Bíblia exemplo, como o de Moisés, em Deuteronômio 4:1-5, quando ensina os decretos e as leis do Senhor ao povo de Israel; também os apóstolos, conforme Atos dos Apóstolos 4:1-2 relata sobre o alvoroço que provocaram Pedro e João ao proclamar o Evangelho; em Antioquia, assim como em várias outras cidades, Barnabé e Paulo ensinaram a uma grande multidão (Atos dos Apóstolos 11:25-26); Paulo e Silas em Tessalônica, pela Palavra, convenceram um grupo de judeus sobre o Messias ressurreto (Atos dos Apóstolos 17:1-4). Hoje necessitamos ter como modelo o Senhor Jesus, pois só Ele é a verdadeira referência para o cristão, sendo perfeito. Como diz Renovato:

   “Jesus era o Mestre perfeito. Além de Pastor, pregador, missionário e evangelista, exercia com excelência a missão de ensinar. Evangelizava e discipulava de maneira eficaz. Era o Mestre perfeito; o Doutor incomparável (Mateus 4:23-25). [...]. Ele não ensinava teorias abstratas ou acadêmicas que impressionassem pela retórica. Seu ensino era bem recebido pelas multidões, porque Ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia”.

   A palavra “mestre” nas Escrituras normalmente aponta para alguém com autoridade, superior a outras em conhecimento, poder, etc.81, não obstante, Jesus alerta para o perigo do orgulho, da soberba, quando em Mateus 23 versos de 1 a 8, comenta sobre as atitudes dos fariseus, que se mostravam superiores aos outros, tomavam os primeiros lugares nas sinagogas e gostavam de ser chamados de mestres. Na verdade, qualquer função eclesiástica que projete publicamente o cristão pode levar ao orgulho. Por isso é mister servir ao Senhor com alegria e humildade, seja no louvor, na pregação, no ensino, etc.

 

DEUS NOS CHAMA PARA SERVIR

   É inerente ao salvo em Cristo o desejo de ser útil, de poder, através de algum dom ou talento, contribuir para a melhoria, crescimento ou desenvolvimento de algo ou alguém. Como pessoas renascidas em Cristo, este desejo vem envolvido em profundo amor, pois o Espírito derrama amor em nossos corações (Romanos 5:5). E na vida espiritual todo o conhecimento necessita ser repassado através de ensino, leitura e acompanhamento. Por isso é tão imprescindível o ministério do ensino da Palavra, através dos mestres ou professores. Sabe-se que o dom do Espírito acompanha aquele que tem este chamado. Entretanto, o servo de Deus deve buscar crescimento através de leituras e estudos mais aprofundados.

   Quando somos crianças, geralmente buscamos um modelo, alguém que nos inspire, que admiremos para nos servir de motivação, estímulo e até mesmo para ser nosso modelo e exemplo. À medida que nos identificamos com esta pessoa, vamos buscando nos assemelhar a ela. Muitas vezes, elas, mesmo sem saber, modificam algum direcionamento em nossas vidas. É bem frequente a escolha da profissão ou de um curso de graduação, baseado na inspiração de alguma pessoa próxima. Apesar de não ter seguido profissionalmente, decidi minha primeira graduação inspirada em uma professora do 1º grau. Sim, professores são frequentes fontes de inspiração para a vida! Na realidade, todos somos envolvidos com o ato de aprender ou ensinar algo, desde muito cedo. Todo o nosso conhecimento, nossos pensamentos e atitudes advêm de alguma forma de aprendizado. Inicialmente, na vida, somos os atentos expectadores, aprendizes vorazes na formação de tudo que nos rodeia, formando assim o ser que nos tornamos.

   O profeta Oséias nos orienta a “conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor” (Os 6:3). Isso quer dizer que jamais devemos parar de buscar, através da Bíblia e de estudos, livros, artigos e afins, sobre ela, intensificando nossa intimidade com a Palavra, pois o aprofundamento neste estudo nos traz alicerces para direcionar corretamente nossa vida e, ainda, nos habilita a ajudar outros irmãos que seguem conosco, buscando fazer a vontade do nosso Deus maravilhoso.

   No Evangelho de Marcos observamos que fez parte essencial do ministério do nosso Salvador aqui na terra o ato de ensinar (Marcos 1:21). Jesus Cristo, além de ensinar por palavras, era coerente na prática eficaz de Suas orientações. Certamente, nenhum ensino é digno de ser acatado, se não vier acompanhado de uma prática condizente por parte do professor. Segundo o estudo publicado no livro “Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos”, o hábito de ensino “inclui instruções para os filhos, para as mães e para os pais”. Tanto o pai como a mãe eram responsáveis pela transmissão dos ensinos bíblicos a seus filhos.

   É importante que a igreja saiba que qualquer dom é dado a quem o Espírito Santo concede. Em Tito, capítulo 2, o Senhor exorta a que ele ensinasse a sã doutrina (Tito 2:1). E lendo este capítulo, percebemos que Paulo o instrui a ensinar homens idosos, mulheres idosas, casais, jovens e servos. Todavia, nos versos 7 e 8, há uma recomendação direta a Tito: “Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles que se lhe opõem fiquem envergonhados por não terem nada de mal para dizer a nosso respeito” (NVI).

   O pastor Renovato adverte:

    “Há pessoas que querem ensinar sem o mínimo preparo para essa atividade. Nos tempos pós-modernos, mais do que nunca, existe a necessidade de bons ensinadores. Há questionamentos e problemas que não havia há alguns anos. E muitos pastores não estão preparados para dar respostas adequadas ao rebanho. O avanço das ciências, das tecnologias, as questões da bioética, as mudanças rápidas no comportamento social provocam questões que exigem, não só o conhecimento bíblico e teológico, mas também secular”.

   Por isso, os professores precisam ter um conhecimento, na sua área, acima da média, precisam estar a par dos acontecimentos que envolvem a sociedade como um todo, precisam se informar para poder formar e transformar, pois ensino implica mudança, não só de mente, mas também de atitude. Aqueles que estão à frente de uma escola bíblica devem estar também um passo à frente para poderem, como Tito, ser exemplo de cristão íntegro e saudável na Palavra.

 

APLICAÇÃO

    Todo bom ensino deve ser seguido de práticas, do contrário não há razão de ser. Deus nos ensina com propósitos específicos, amar, servir, cuidar, aconselhar, apascentar, orientar, etc. Todos nós temos o divino Mestre, Jesus, temos bons exemplos na Bíblia e ainda contamos com pessoas que nos ensinaram ao longo da nossa vida e que nos são referências. De alguma forma tentamos ser pessoas melhores pelos bons ensinamentos que apreendemos com todos e procuramos também repassar esses conhecimentos, reparti-los com outros aquilo que nos foi dado de bom. Para que tenhamos uma escola bíblica eficiente, construtiva e produtiva, sigamos alguns passos:

1) Aprender para ensinar. Não há outro meio de ensinar. A Palavra diz para “prosseguirmos conhecendo”, isso significa não parar de aprender, não importa a idade, enquanto há vida sempre há espaço para o conhecimento, e sabemos que a Palavra de Deus se renova! Logo, nunca saberemos tudo, mas a cada dia estaremos aprendendo um pouco mais, e assim teremos mais da sabedoria do Senhor.

2) Ensinar aprendendo. Não é uma contradição, mas uma realidade. Sempre que ensinamos, aprendemos um pouco mais. Isso é devido a descobertas feitas durante a pesquisa, o estudo que é feito antes da aula; também no momento da aplicação da aula, podemos nos deparar com pontos de vista diferentes do nosso, apresentados pelos alunos e que são corretos.

3) Lembrar-se de que estamos falando de algo além do visível. Quando estamos ministrando uma aula na escola bíblica, cremos que Deus Se faz presente, porque estamos falando do Seu Reino! Por isso, a oração é essencial, pedir a orientação do Espírito Santo com a finalidade de que Ele nos esclareça pontos na Bíblia que a nós parecem obscuros e entendermos também que nem tudo que está escrito é para nossa compreensão no momento atual, e dessa forma caiamos em discussões vãs em sala de aula. Lembremos também que nem todos entendem uniformemente, embora a aula seja coletiva, o aprendizado é individual. A humildade no ensino vem com a sabedoria de Deus. Então sejamos sábios ao ensinar, pois todos precisam aprender.

4) Atender sempre o chamado do Senhor. Ensinar é uma ordem dada por Jesus a todos os Seus discípulos. Podemos nos lembrar de Filipe que foi ao deserto ensinar o eunuco etíope sobre quem era Jesus. No início, ele fora designado para a diaconia, porém não ficou limitado a uma função. Assim que o Espírito o designou para o ensino, prontamente ele atendeu. Da mesma forma, deve o cristão deixar-se usar pelo Senhor em Sua obra e, com certeza, Deus o abençoará e o capacitará.

 

CONCLUSÃO

   Precisamos nos lembrar de que nossas ações são reflexos dos nossos aprendizados. E que também todas as nossas atitudes poderão influenciar aqueles com quem convivemos. Na área do ensino, essa premissa é mais contundente. Podemos afirmar que cada um de nós que frequentou um banco escolar tem alguma professora ou professor que se tornou um ponto de referência em nossas vidas. A responsabilidade com a verdade, o envolvimento científico-emocional, a empatia são fatores essenciais em uma sala de aula. Ensinar é um dom de Deus. Que saibamos dividir esse presente com amor, alegria, humildade e sabedoria para que todos se tornem cristãos maduros espiritualmente no amor do Senhor!

 

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1. Que lições extraímos da exortação encontrada em Oséias 6:3?

R.

2. Por que muitas vezes não compreendemos, não entende-mos o que a Palavra está dizendo?

R.

3. Para um bom ensino bíblico, que passos são importantes na vida dos professores?

R.

4. Jesus nos diz que erramos porque não conhecemos as Escrituras nem o poder de Deus (Mateus 22:29). O que falta para que o cristão tenha um conhecimento mais aprofundado da Palavra de Deus?

R.

5. Que ensinos podemos tirar do texto de Provérbios 9:9 que diz: “Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento”?

R.

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