Texto de Estudo

  E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.    

Lucas 2:52 

 

Para muitos, uma das características mais frustrantes dos Evangelhos é a relativa economia de informações sobre a infância de Jesus. Os autores simplesmente não se preocupam em escrever como um biógrafo de hoje, que toma o cuidado de descrever toda a vida do personagem com o máximo possível de detalhes. Os Evangelhos de João e Marcos nada dizem sobre os primeiros anos de Cristo e retratam-no como adulto. Mateus e Lucas até narram histórias sobre o nascimento e a infância de Cristo, mas há alguns vácuos nessas narrativas: vemos Jesus bebezinho, depois temos um breve relato de uma passagem triunfal pelo Templo de Jerusalém, aos 12 anos de idade – e acabou. Nada mais se fala sobre o Jesus criança, adolescente ou de 20 e poucos anos. Essa escassez de informações estimulou muitas hipóteses estapafúrdias, como por exemplo, de que “Jesus teria ido estudar budismo no Tibete, dos 12 aos 30 anos”.

Havemos de ressaltar que os Evangelhos são tão somente um resumo da vida de Jesus, nas palavras do apóstolo João: “Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos”. (João 21:25 NVI). No Evangelho de Lucas, encontramos fatos importantes para esclarecer os acontecimentos relacionados à infância de Jesus. No início desse texto, narra-se que Jesus foi apresentado no Templo, segundo a prescrição judaica e as ofertas rituais requeridas pela Lei (Lucas 2:39-40). Ele foi um adolescente comum, de sua época, crescendo física e intelectualmente, ajudando seu pai terreno, José.

De semelhante forma, Jesus era um jovem como qualquer outro de sua terra. O evangelista Lucas simplesmente narra que, depois do acontecimento da perda no Templo, Jesus voltou para Nazaré. Podemos, então, concluir que Ele permaneceu em Seu círculo familiar, submisso a José e Maria. Jesus estudou e trabalhou como qualquer criança hebreia da época.

Nesta lição, estudaremos um dos períodos da vida de Jesus - a Sua infância. São poucos os registros bíblicos a respeito dessa fase; por essa razão, devemos extrair o máximo da mais bela história da humanidade. Veremos, sob a perspectiva lucana, os relatos da infância de Jesus, as dimensões da humanidade de Cristo, bem como o exemplo que nos deixou enquanto infante.

 

OS PRIMEIROS DIAS DE JESUS

Lucas faz uma narração concisa, mas bastante interessante, dos primeiros dias do Salvador. Veremos um breve resumo e concentrar-nos-emos no relato da apresentação de Jesus no Templo. Vejamos:

  1. Um dia de nascido (Lucas 2:6-20). Lucas descreve o Cristo com apenas “um dia” de nascido, enrolado com um cobertor, deitado em uma manjedoura, recebendo a visita de alguns simples pastores da Comarca de Belém, que haviam sidos avisados por um anjo do Senhor acerca do Seu nascimento como Salvador, como Cristo, o Senhor.
  2. Oito dias de nascido (Lucas 2:21). Lucas narra a sequência dos dias do menino Deus, descrevendo o oitavo dia de nascido, quando fez a observação da cerimônia de circuncisão do bebê. Todo menino era circuncidado no oitavo dia, após o nascimento (Levíticos 12:1-3; Filipenses 3:5). E, naquela ocasião, como era de costume, o ritual reunia família e amigos, e o infante recebia o nome. José e Maria chamaram-no de Jesus, que significa “o Senhor salva”, conforme o anjo do Senhor lhes havia dito, antes mesmo que Ele nascesse (Mateus 1:21; Lucas 2:21).
  • Quarenta e um dias de nascido (Lucas 2:22-23). Os registros que seguem, do médico Lucas, narram o quadragésimo primeiro dia do nascimento de Jesus. Descreve-se o episódio dos dias seguintes da purificação de Maria, pois uma mulher judia que dera à luz a um filho ficava cerimonialmente impura por 41 dias, ou duas vezes esse tempo, se tivesse uma filha (Levíticos 12:2-5). Maria fizera o que prescrevia a Lei, levando ao Templo a oferta da purificação (Levíticos 12:6-8). No mesmo dia, José e Maria levaram Jesus para também consagrá-lo ao Senhor, cumprindo, de igual modo, o rito descrito na referida Lei de Moisés - o filho primogênito deveria ser dedicado ao Senhor (Lucas 2:22; Levíticos 12:2-4, 6; Êx 13:2; 12-15, 22:29; 34.19; Números 3:13; 8:17; 18:15).

 

A apresentação de Jesus no Templo

Desde os tempos mais remotos, com a promessa de Deus de que o Primogênito dos Céus seria enviado para salvar os pecadores, todo primogênito das famílias hebraicas deveria ser dedicado a Deus para servi-Lo. Devido a isso, apresentar um primogênito era muito significativo. Que cena maravilhosa deve ter sido quando o bebê Jesus foi apresentado no Templo! Como é triste que o sacerdote que conduziu a cerimônia não ter ideia da criança que segurava nos braços. Dia após dia, ele apresentou crianças no Templo e somente seguiu um ritual. Ele pegou o bebê nos braços e segurou-O diante do altar. Então, devolveu-O para Maria e escreveu o nome "Jesus" na lista dos primogênitos. Mal sabia que o bebê que mantivera nos braços era a Majestade do Céu, o Rei da glória, a razão por trás de todas as cerimônias judaicas. Há momentos em que você apenas seguiu o ritual com Jesus?

 

Pano de fundo histórico

Êxodo narra o resgate dos primogênitos. Todo o primogênito pertencia a Deus. Essa parte do texto explica o significado dos primogênitos para a nação de Israel. Os judeus não eram lembrados da graça e do poder de Deus apenas uma vez por ano, durante a Páscoa. Sempre que nascia um primogênito do sexo masculino, homem ou animal, era preciso remi-lo. Em decorrência dos feitos poderosos de Deus ao proteger e remir Seu povo e salvar os primogênitos humanos e animais da morte (Êx 12:12, 13), todos deveriam pertencer a Deus. Eram santificados, ou seja, separados como propriedade exclusiva de Deus.

Em Levítico, estão as normas sobre a purificação. Passado o período de purificação, o pai e a mãe deviam ir ao santuário e oferecer sacrifícios para a purificação da mãe: um cordeiro de um ano como holocausto e um pombinho, ou uma rola, como sacrifício pelos pecados. A lei regia que, se os pais não tivessem recursos para oferecer um carneirinho, poderiam levar ao sacerdote duas rolinhas ou dois pombinhos; uma das aves seria o holocausto, e a outra, a oferta para tirar pecados. Desse modo, o sacerdote faria expiação pela mulher.

A graça de Deus é tão grande que levou em consideração aqueles que não podiam pagar por um cordeiro! Maria e José usaram dessa provisão quando levaram Jesus ao Templo. (Lucas 2:21-24)

 

José, Maria e Jesus no Templo.

Para que toda a lei se cumprisse, Jesus foi apresentado no Templo. No quadragésimo dia, o próprio Redentor foi redimido! Por mais estranho que pareça, a afirmação é válida. Certamente que Ele não foi redimido no mesmo sentido em que iria redimir Seu povo, porque em todo sentido Ele era, é e será sem pecado, a Fonte de toda a virtude. Não obstante, por ser o primogênito de Sua mãe (Lucas 2:7), pertencendo não à tribo de Levi, mas à de Judá, tinha de ser eximido do serviço do Templo mediante o pagamento de cinco siclos de prata. (Êx 13:1,2, 11-15; Números 3:11-13, 41, 44, 45, 47-51; 18.16.) De acordo com Hendriksen, esse valor equivaleria, hoje, a cerca de 10 Reais.

Que cena maravilhosa deve ter sido quando o bebê Jesus foi apresentado no Templo! Mas, como vimos, o sacerdote não se ateve ao privilégio de consagrar o Filho de Deus.

Quantas vezes nós também vamos à igreja, seguimos o ritual e voltamos para casa com a sensação de dever cumprido, sem percebermos que estivemos na presença do Rei dos Reis? Não sabemos que, ao irmos à Casa de Deus, vamos para adorar o Rei da Glória?

Naquele cenário, duas outras personagens acolhem Jesus: Simeão e Ana. Eles representam a Israel fiel, que espera ansiosamente a libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o Seu povo. De Simeão, diz-se que era um homem “justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel”.

As palavras e os gestos de Simeão são particularmente sugestivos… Simeão toma Jesus nos braços e apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus quer oferecer “a todos os povos”, “luz para se revelar às nações e glória de Israel”. Jesus é, assim, reconhecido pelo Israel fiel como o Messias libertador e salvador, a quem Deus enviou – não só ao Seu povo, mas a todos os povos da Terra. Aqui desponta um tema muito querido a Lucas: a universalidade da salvação de Deus. O Senhor não tem já um povo eleito, mas a sua salvação é para todos os povos, independentemente da sua raça, da sua cultura, das suas fronteiras, de ser judeu ou gentio.

Ana é também uma figura daquela Israel pobre e sofredora (“viúva”), que se manteve fiel a Deus, não se voltou a casar após a morte do marido, e espera a salvação de Deus. Depois de reconhecer em Jesus a salvação anunciada por Deus, ela “falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. A palavra utilizada por Lucas para falar de libertação é resgate, utilizada no Êxodo quando se aponta a libertação da escravidão do Egito. (cf. Êxodo 13:13-15; 34:20; Números 18:15-16) Jesus é, assim, apresentado por Lucas como o Messias libertador, que vai conduzir o Seu povo do domínio da escravidão à liberdade.

Que eco essa “dedicação” de Jesus tem no coração dos cristãos? Ele é, de fato, a luz que ilumina as suas vidas e que os conduz pelos caminhos do mundo? Ele é o caminho certo e inquestionável para a salvação, para a vida verdadeira e plena? É n’Ele que colocam a sua ânsia de libertação e de vida nova? Este Jesus aqui apresentado tem real impacto na sua vida, nas suas opções, nos passos a caminho de consagração, ou é apenas uma figura decorativa de um Cristianismo de fachada?

Hoje, como discípulos que acolheram Jesus como a luz e que aceitaram segui-Lo, temos a responsabilidade de apresentá-Lo ao mundo e de torná-Lo uma proposta questionadora, libertadora, iluminadora, salvadora, para a humanidade. É isso que acontece? Por nosso anúncio – feito com palavras, gestos e atitudes, com a fidelidade aos compromissos de um discípulo de Cristo.

 

A INFÂNCIA DE JESUS

Como visto em nosso primeiro estudo, Lucas, o médico evangelista, é um escritor muito minucioso e detalhista para sua época. E, como um dos seus propósitos era discorrer ordenadamente a história de Jesus, pontuando início, meio e fim, podemos notar a mesma ordem no traçar da síntese que narra a infância de Jesus Cristo. Segundo a tradição talmúdica, os períodos distintos da infância, segundo os judeus, eram da seguinte forma:

 

  • Três anos. Ocorria o desmame e, pela primeira vez, era permitido o uso de vestes com borlas, segundo estipulado em Nm15:38-41. Era, então, que começava a educação da criança.
  • Cinco anos. A criança começava a aprender a lei, mediante o ensino catequético, na escola rabínica
  • Dez anos. O menino podia começar a estudar a Mishná (a primeira parte ou texto do Talmude, que consiste em tradições orais e comentários sobre o Pentateuco).
  • Doze anos. O menino tornava-se diretamente responsável pela obediência à Lei, incluindo suas ordenanças e festividades prescritas. O registro lucano mostra exatamente Jesus aos 12 anos, participando da mais importante festa religiosa em Israel, a saber, a Páscoa.

Não há algo que indique ser Lucas familiarizado com os acontecimentos concernentes a Cristo, relatados no segundo capítulo do Evangelho de Mateus. Lucas nada informa sobre a visita dos magos (Mateus 2:1-12), tampouco a fuga para o Egito (Mateus 2:13-23), mas encerra as suas anotações sobre os primeiros dias da infância de Jesus mencionando a volta da família a Nazaré. Essas distintas informações suplementam-se nessas narrativas, apresentando o início da existência terrena de Jesus, provando que ambos utilizaram o Evangelho conforme Marcos como fonte comum, e outra fonte, “tal” que estaria informando acerca das declarações de Jesus.

 

JESUS, AOS 12 ANOS, NA CASA DO PAI

Tendo ele já doze anos (v. 42). Esse é o único evento da vida de Jesus, no período compreendido entre a Sua infância e a vida adulta, do qual temos informações específicas. As histórias fantásticas registradas nos evangelhos espúrios obviamente não combinam com a vida de Jesus como ela é apresentada nos Evangelhos inspirados.

Muitos comentaristas supuseram que esta seria a primeira visita de Jesus ao Templo, desde a Sua apresentação ao Senhor. Mas é pura conjectura, uma vez que não existe qualquer evidência que possa servir como prova. O oposto parece mais provável. Sabemos que Maria frequentava as festas em Jerusalém com José, embora a sua presença não fosse exigida por lei. Além disso, a tradição do Talmude afirma que, até mesmo os meninos de tenra idade, deveriam comparecer às festas. Lucas parece ter registrado essa viagem em particular devido à importância dos eventos que ocorreram no Templo, relacionados ao plano e ao objetivo deste Evangelho.

Jesus acompanhou Seus pais a Jerusalém para celebrar a Páscoa. Ao completar o 12° ano, um menino judeu era confirmado como um “filho da lei” e tornava-se pessoalmente obrigado a observar as várias ordenanças religiosas. O 12° ano marcava a transição da infância para a juventude. Com três anos, os meninos judeus recebiam as vestes com borlas prescritas pela lei de Moisés (Números 15:38-41; Deuteronômio 22:12) e, com cinco, esperava-se que memorizassem trechos da Lei. No final do 12° ano, deveriam usar o tefilim ou filactério (Êxodo 13:9) nas horas de orações, como exigido pela tradição rabínica, embora não pela Lei de Moisés. Não há relatos que comprovem ter Jesus obedecido a essa tradição. Segundo a Mishná, os meninos hebreus tornavam-se responsáveis por observar os mandamentos na idade de 13 anos, isto é, ao término do 12° ano.

No final da festa, José e Maria retornaram para sua casa, mas Jesus permaneceu em Jerusalém. Tal desencontro ocorreu, provavelmente, pelo fato de que homens e mulheres viajavam em momentos e grupos diferentes, e cada um dos pais pensava que Jesus estava no outro grupo. Também era possível que estivesse com algum parente ou amigo. Ao final do dia, descoberta a ausência, José e Maria passaram a procurar o Filho entre os conhecidos e, não O encontrando, voltaram a Jerusalém. Três dias depois, encontraram-nO no templo, “assentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os”. Tais doutores eram rabinos ou mestres da Lei. Era muito comum, nas ocasiões festivas, rabinos famosos, como Sammai e Hillel, estarem presentes. Esses grupos de discussão eram comuns, e talvez algumas vezes os meninos pudessem ser ouvintes. Mas Jesus não era um espectador interessado; Ele era um participante.

“Todos os que O ouviam admiravam a Sua inteligência e respostas” (v. 47). Ele não estava apenas fazendo perguntas, como faria um discípulo, mas também dava respostas (como uma autoridade). Essas perguntas e respostas causavam admiração àqueles que ouviam - inclusive aos rabinos - pela rara profundidade de conhecimento que revelavam. Normalmente é preciso muito conhecimento e entendimento, tanto para fazer perguntas inteligentes quanto para fornecer respostas satisfatórias. Estavam todos admirados de Sua inteligência e de Suas respostas. (Lucas 2:44-47)

No reencontro, ao ser questionado por Maria Jesus responde: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? ” (Lucas 2:49). Jesus afirmou que Seus pais não deveriam estar surpresos com o interesse e o compromisso d’Ele para com as coisas celestiais. Eles bem sabiam que Jesus era o Filho de Deus; sabiam que Ele viera para salvar o Seu povo. Apenas não esperavam que, tão jovem, já demonstrasse esse interesse. Jesus afirmou que tinha mais do que interesse; tinha um dever. Cumpria a Ele estar na casa de Seu Pai. Não era uma obrigação, algo imposto. Ao contrário, tratava-se de um desejo. A casa do Pai é certamente o lugar dos filhos de Deus, pois querem celebrar a redenção concedida, aprender os ensinos divinos, estender o quanto puderem seu tempo de comunhão com Deus. Isso levou Jesus a permanecer em Jerusalém.

Hoje temos visto cristãos que parecem cada vez menos comprometidos com Deus, mais desinteressados pelos assuntos divinos. Não são assíduos à Escola Bíblica Sabatina, não participam dos cultos semanais; ficam incomodados quando o culto estende-se além do horário habitual. Quando vemos igrejas cheias, muitas vezes a razão é a busca por bens materiais, pela cura de enfermidades, porque a música é agradável, e até mesmo por haver um bom pregador. Jesus apontou essa realidade quando denunciou que a multidão O seguia não por ver sinais do Reino, mas porque comera pão e fartara-se (João 6:26). Nosso Senhor exortou Seus ouvintes a se empenharem no compromisso de buscar verdadeiramente a salvação oferecida por Deus. Desde Sua infância, Ele deu exemplo disso.

 

AS DIMENSÕES DA HUMANIDADE DE JESUS

Os teólogos e educadores Eulálio Figueira e Sérgio Junqueira, ao descreverem a educação em Israel, no Tempo de Jesus, fizeram uma excelente exposição sobre a dimensão de Cristo. Eles observam que era semelhante a nós em tudo, menos no pecado (Hebreus 4:15), e viveu o mesmo processo de crescimento comum a todos os homens. Como todos, Ele cresceu nas dimensões biopsicossociais.

Lucas distingue o crescimento humano de Jesus em sabedoria, estatura (tamanho) e graça, diante de Deus e dos homens. E isso não nos deve surpreender, porquanto Ele era homem autêntico. Enquanto viveu em Nazaré, Jesus “crescia e ficava forte, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele” (v. 40). Cada ser humano que nasce neste mundo, destacam esses expositores bíblicos, pertence a um determinado lugar, a uma determinada família e a um determinado povo. Vejamos, então, o tríplice crescimento de Jesus:

  • Crescimento em sabedoria (intelectual). Crescer em sabedoria é assimilar os conhecimentos da experiência humana diária, acumulada ao longo dos séculos nas tradições e costumes do povo. Isso se aprende convivendo na comunidade natural do povoado.
  • Crescimento em estatura (físico). Crescer em tamanho é nascer pequeno, crescer aos poucos e tornar-se adulto. É o processo de todo ser humano, incluindo alegrias e tristezas, amores e raivas, descobertas e frustrações. Isso se aprende convivendo na família, com os pais, os avós, os irmãos e as irmãs, com os tios e tias, sobrinhos e sobrinhas.
  • Crescimento na graça (espiritual). Crescer em graça é descobrir a presença de Deus na vida, a Sua ação em tudo que acontece, o Seu chamado ao longo dos anos da vida, a vocação, a semente de Deus na raiz do próprio ser. Isso se aprende na comunidade de fé, nas celebrações, na família, na meditação, na oração, na luta de cada dia, nas contradições da vida e em tantas outras oportunidades.

 

Esse deve ser o nosso modelo de crescimento saudável, pautado em equilíbrio nas diversas áreas da vida. Infelizmente, a sociedade atual valoriza muito o crescimento físico e o intelectual, em detrimento do espiritual; esse desajuste tem impedido os homens de alcançarem a estatura de Cristo. Assim, precisamos cuidar de nossas almas como cuidamos dos corpos. Devemos investir em nossa vida devocional como investimos em academias e cosméticos. Precisamos gastar mais tempo olhando para nossa vida espiritual e menos tempo para o espelho. Precisamos ir mais à igreja e contemplar a face de Deus com mais frequência do que vamos ao shopping e admiramos as vitrines.

Deus não espera que descuidemos de nosso corpo; afinal, ele é o templo que o Espírito habita. Mas, certamente, a orientação do Criador é para que sigamos o exemplo dado por Jesus. Ele espera que cuidemos do corpo sem desmerecermos a alma. Que façamos investimentos na formação intelectual, tendo o mesmo cuidado com o crescimento espiritual. Jesus é o nosso exemplo. A ele, devemos imitar!

 

CONCLUSÃO

A infância de Jesus como pode constatar, não teve algo de extraordinário, como a pintam as absurdas histórias e lendas. Foi nessa atmosfera simples e familiar, própria das aldeias da Galileia, que o menino Jesus cresceu, amadureceu e descobriu a vida em uma família simples, igual a tantas outras das aldeias da Galileia.. Fazia parte do coro dos meninos na escola, recitava textos da Bíblia, ouvia o monótono golpear do martelo de Seu Pai José na carpintaria, ou o grito repetido da mãe, Maria, chamando-O para casa, tirando-O da rua. Eis o clima que Jesus viveu e assimilou durante os anos de infância.na (em hebraico, משנה, "repetição", do verbo שנה, ''shanah, "estudar e revisar"), é uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação, na forma escrita da tradição oral judaica, chamada a Torá Oral. Provém de um debate entre os anos 70 e 200 da Era Comum por um grupo de sábios rabínicos, conhecidos como 'Tanaim', e redigida pelo Rabino Judá HaNasi, que terminou sua obra em 189 EC. A Mishná é considerada a primeira obra importante do Judaísmo rabínico e é uma fonte central do pensamento judaico posterior.

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