Texto de Estudo

Oséias 6:6:

6 Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.

INTRODUÇÃO

O livro de Oséias é o primeiro e mais extenso dos Profetas Menores. Ele é o profeta da graça. É o homem de coração quebrantado. Ele não apenas falou do amor de Deus, mas o demonstrou de forma eloquente ao amar sua esposa infiel. Ele pregou aos ouvidos e também aos olhos. Ele falou à nação de Israel tanto pela voz profética como pelo exemplo. Estudar esse livro é penetrar nas profundezas do coração de Deus e trazer à tona as verdades mais sublimes do amor incondicional de Deus pelo povo da aliança. 

 

O AUTOR

O nome Oséias significa Deus salva, ou salvação, e é equivalente a Josué e Jesus. O nome do profeta já trazia em si um chamado ao arrependimento e uma semente de esperança. Oséias já foi chamado de “o profeta do amor”, porque seu livro manifesta um profundo amor da parte de Deus por Israel, um amor não correspondido. Deus é mostrado como um marido traído que procura reatar o casamento com a esposa, que se tornou prostituta. 

Muito pouco se sabe sobre ele, além do que está contido na sua profecia. A julgar pelos reinados durante os quais ele profetizou (Os 1:1), o ministério de Oséias estendeu-se aproximadamente de 725 a 700 a.C. As profecias de Amós, um jovem contemporâneo, estão intimamente relacionadas às de Oséias. Contudo, os seus ministérios foram diferentes. Oséias era um nativo do Reino do Norte, e Amós era oriundo de Judá, e viajou a Israel para profetizar. Oséias foi chamado para exemplificar o relacionamento entre Deus e Israel por meio do seu casamento com uma prostituta, ao passo que Amós foi enviado pelo Senhor para proferir juízo sobre o povo rebelde de Israel.

Oséias começou a profetizar no final de um período de grande prosperidade material, durante o reinado de Jeroboão II sobre Israel (2Re 14:23-27). Porém, infelizmente, durante a maior parte da vida dele, as pessoas estavam falidas espiritualmente. Os seus líderes permitiam que elas praticassem idolatria (2 Crônicas 27:2; 2 Reis 15:35) e cometessem “prostituição” contra o Senhor (Os 1:2; 2:8; 4:12-15). Elas recusaram-se a reconhecer que Deus lhes tinha proporcionado a riqueza que possuíam (Os 2:8). Na verdade, atribuíam aos ídolos a sua prosperidade (Os 2:5; 10:1). O povo havia se tornado cobiçoso e avarento, oprimindo os que eram menos capazes de se defender (Os 4:2; 10:13; 12:6-8). Então, o ministério teve uma duração de 58 anos.

A vida pessoal e o ministério profético de Oséias estavam ligados intimamente com a sua missão. O Senhor usou a vida matrimonial de Oséias como exemplo para ensinar o Reino do Norte com muita veemência. O casamento do profeta com Gômer ocupa lugar central no livro. Na verdade, foi a base de sua mensagem à nação. Os filhos, cujos nomes nos parecem muito estranhos, são mensagens do juízo de Deus à nação. De fato, “a tragédia doméstica de Oséias o preparou para entender e interpretar o amor imutável do Senhor”. 

 

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS

Podemos resumir a história de Israel, contida no livro de Oséias, por meio dos nomes dos três filhos do profeta: 1) Jezreel (1:4) significa “disperso”; refere-se à época em que Deus espalha Israel entre as outras nações; 2) Lo-Ruama (1:6) significa “desfavorecida”; quer dizer que o Senhor tira sua misericórdia da nação e permite que ela sofra por seus pecados; 3) Lo-Ami (1:9) significa “não meu povo”; refere-se àquela época do programa do Senhor em que Israel não comunga com ele e não é o seu povo com antes o fora. Oséias informa que haverá um tempo em que o Senhor chamará Israel de “Meu Povo” e de “Favor” (2:1). Ele também apresenta um resumo da condição espiritual de Israel (3:3-5).  A mensagem do livro, pode ser assim esboçada:

 

LIVRO DE OSÉIAS

Tema                                                      Capítulos

A imagem da infidelidade de Israel                1 a 3

A proclamação dos pecados de Israel      4 a 7

A proclamação do julgamento                        8 a 10

A promessa de restauração de Israel     11 a 14

 

MENSAGEM PRINCIPAL

A principal mensagem é o amor incondicional de Deus, sendo esta a mensagem que mais se aproxima à paixão de Cristo. De maneira ilustrativa pode-se recordar os acusadores da mulher pecadora que não conseguiram atirar a primeira pedra, por causa dos seus pecados, e Jesus, que não tinha pecado algum, perdoando-a e dizendo: “Vai e não peques mais” (João 8:1-11). Em Oséias, lemos: “Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei” (14:4).

Oséias estava lembrando o povo de Israel que Deus os amava intensamente e que a fidelidade do seu amor é constante. O amor de Deus é retratado no papel do marido sofredor da esposa infiel. Israel foi avisado que deveria abandonar seus deuses, os ídolos. A mensagem foi direcionada principalmente para aqueles que ignoraram o amor verdadeiro, representado na atitude de Gômer para com Oséias. O propósito da mensagem era de conversão, mudança de atitude para com Deus.

 

A IMAGEM DA INFIDELIDADE DE ISRAEL 

Oséias recebe uma ordem difícil do Senhor: “Vá, tome uma mulher adúltera” (1:2, NVI). Então ele vai e toma por esposa a Gômer. Conquanto haja várias interpretações, é possível que Gômer fosse uma mulher casta antes do casamento e que só se prostituiu após ter contraído o matrimônio com Oséias.  A razão principal para essa interpretação é que seria incompatível com o caráter santo de Deus ordenar a seu profeta algo moralmente reprovável e expor seu mensageiro a tal opróbrio. Crabtree diz que essa interpretação salvaguarda o caráter moral do profeta e defende o caráter santo de Deus.  

Esse casamento é certamente um símbolo do adultério espiritual de Israel. Mediante o seu relacionamento cruelmente profanado com Gômer, Oséias pôde compreender o verdadeiro significado do pecado de Israel: adultério espiritual e até prostituição. 

Depois, o Senhor ordenou que o profeta procurasse a esposa desobediente, e ele a encontrou à venda em um mercado de escravos (3:1-2). Ele teve de comprar a própria esposa, trazê-la para casa e assegurar-lhe seu perdão e amor. Ele tem todos os motivos para acreditar que Gômer se arrependeu de seus pecados e tornar-se uma esposa fiel.

Tudo isso retrata a infidelidade de Israel com o Senhor. A nação estava casada com o Senhor (Êx 3 4:14-16; Deuteronômio 32:16; Isaías 62:5; Jeremias 3:14) e deveria manter-se fiel a ele. Todavia, Israel desejou ardentemente o pecado, especialmente com os falsos deuses das outras nações, e cometeu “adultério espiritual” ao abandonar o Deus verdadeiro e adorar os ídolos dos inimigos. Eles prometeram-lhe muitos prazeres, mas ela descobriu que também havia dores e sofrimentos. Israel, como Gômer, seria escravizada (cativeiro) por causa de seus pecados. Mas esse não é o fim da história. Da mesma forma que Oséias procurou sua esposa e a trouxe para casa, o Senhor procuraria seu povo, o libertaria e o restauraria em sua bênção e amor.  

Não podemos deixar esses capítulos sem salientar que o “adultério espiritual” pode ser um pecado dos cristãos do Novo Testamento como foi dos judeus do Antigo (cf. 1 João 2:15-17; Apocalipse 2:1-7; Tiago 4:1-10). Os cristãos que amam o mundo e vivem para pecar são falsos com seu Salvador e partem o coração dele. Paulo advertiu os coríntios em relação a isso (2 Coríntios 11:1-3).

Assim como Oséias não deveria desistir da sua mulher, mesmo diante da sua ostensiva infidelidade, Deus não desiste do seu povo. Mesmo quando esse povo se torna infiel, Deus permanece fiel. O seu amor é incompreensível e imerecido. Ele não nos ama por causa das nossas virtudes, mas apesar dos nossos pecados; ele não nos busca por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. O amor de Deus nos oportuniza uma segunda chance. Ele é o Deus da segunda oportunidade. Foi esse amor devotado do Pai celestial que tornou possível nossa reconciliação com ele. 

 

A PROCLAMAÇÃO DOS PECADOS DE ISRAEL

Sem dúvida, todos os vizinhos falaram sobre os pecados de Gômer e apontaram um dedo acusador para ela. Não obstante, agora Oséias aponta o dedo para eles e expõe os pecados deles. A mensagem dele é semelhante aos jornais de hoje (cf. 4:1-2). Perjúrio, mentira, homicídio, furto, adultério, traição, idolatria, bebedeira – esses pecados e muitos outros abundam em nossa nação. E, para deixar as coisas piores, a nação tentou esconder seus pecados em “reavivamentos religiosos” superficiais (6:1-6).

Oséias foi um pregador magistral. Observe como retrata a condição espiritual do povo: 1) a nuvem da manhã (6:4), porque num momento está aqui e, no seguinte, já se foi, é passageira; 2) um pão que não foi virado (7:8), pois a religião do povo não estava enraizada na vida dele, mas era algo superficial; 3) as cãs (7:9), porque perde a força, mas não se dá conta disso; 4) uma pomba enganada (7:11), porque é instável, voa de um aliado político para outro; 5) um arco enganoso (7:16), com o qual não se pode contar. 

O povo de Israel estava com suas relações verticais e horizontais interrompidas. Não há sociedade humana que possa prevalecer onde estão ausentes a verdade, o amor e o conhecimento de Deus. Esses são os fundamentos da piedade e da moralidade. Esses são os alicerces da família, da igreja e da sociedade. Por não haver verdade nas palavras e nas ações, era impossível a confiança nos relacionamentos. Por não haver compaixão aos necessitados, era impossível o amor governar suas atitudes. Por conseguinte, a falta de verdade e amor evidenciava a falta do conhecimento real de Deus, uma vez que tanto a verdade quanto o amor têm suas raízes no conhecimento de Deus. O profeta faz um diagnóstico da nação de Israel, dissecando suas entranhas e trazendo à tona seus horrendos pecados. Esse diagnóstico não é diferente daquele que descreve a nossa realidade em pleno século 21. 

 

A PROCLAMAÇÃO DO JULGAMENTO

A rebeldia sempre é punida (Provérbios 14:14), e Israel era isso – rebelde (4:16; cf. Jeremias 3:6-11). Oséias via a chegada dos assírios para punir a nação e escravizá-la. Ele retrata esse julgamento com a chegada da águia veloz (8:1), a fúria de uma tormenta (8:7) e com o fogo consumidor (8:14). A nação se dispersará (8:8; 9:17) e colherá mais que semeou (10:12-15). Os pecadores colhem o que semeiam (Gálatas 6:7-8), todavia eles também colhem mais, porque as poucas sementes plantadas multiplicam-se e trazem uma grande colheita. Como é terrível segar a colheita do pecado! 

Por que Deus permitiu que Israel fosse julgado pela perversa Assíria? Porque ele amava seu povo. O amor sempre disciplina para melhorar o filho (Hebreus 12:1-13; Provérbios 3:11-12). A mão da disciplina é a mão do amor; é o Pai disciplinando o filho, não a punição de julgamento criminal. Devemos ser agradecidos pela disciplina amorosa de Deus (Salmos 119:71).

O propósito de Deus na disciplina do seu povo não era a sua destruição, mas a sua restauração: “Então voltarei ao meu lugar até que eles admitam sua culpa. E eles buscarão a minha face; em sua necessidade eles me buscarão ansiosamente. Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura; ele nos feriu, mas sarará nossas feridas” (5:15-6:1, NVI). O que Deus esperava era uma genuína conversão, manifestada pelo arrependimento (“até que se reconheçam culpados”) e pela fé (“e busquem a minha face”). O arrependimento e a fé são os dois elementos da conversão. O primeiro elemento é negativo. O arrependimento é o reconhecimento da culpa, enquanto a fé é a volta para Deus para depositar nele inteira confiança. Esse apelo para voltar ao Senhor baseia-se na certeza de que o administrador do castigo poderia sarar as feridas. Reduzidos à desesperança, não tiveram outro caminho, senão voltar para o Senhor. No entanto, será que Israel voltou-se mesmo para o Senhor? Era o Senhor mesmo que eles buscavam? O texto mostra que essa volta não era de todo o coração e que o arrependimento não foi profundo o suficiente. 

Israel tinha abandonado a Deus para buscar a Baal, o padroeiro da prosperidade. Eles não estavam interessados em Deus, mas em suas colheitas. Eles queriam prosperidade, e não conhecimento de Deus. Essa volta para Deus era apenas uma barganha. Eles se voltariam para Deus, e Deus se voltaria para eles para abençoá-los com chuvas e fartas colheitas. A religião natural era tudo o que eles desejavam. Eles queriam uma boa colheita. Não Deus, propriamente. A igreja evangélica brasileira está eivada dessa mesma tendência. As pessoas lotam os templos não porque têm sede de Deus, mas porque têm fome do pão que perece. Elas não querem Deus, querem apenas as benesses de Deus. Por sua vez, muitos pregadores não estão interessados na salvação dos perdidos, mas apenas no lucro. 

 

A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO DE ISRAEL 

Oséias não termina com uma nota sombria. Ele vê a glória futura da nação. Da mesma forma que ele tirou a esposa da escravidão e a restabeleceu em sua casa e em seu coração, também a nação seria restaurada à sua terra e ao seu Senhor. Esses capítulos finais exaltam o amor fiel de Deus em contraste com a infidelidade de seu povo. O Senhor amou Israel no Egito (11:1) quando era uma nação cativa sem glória nem beleza. A graça dele redimiu-a da escravidão, guiou-a, proveu a todas as necessidades dela. Contudo, desde o início desse relacionamento de Deus e Israel, o povo estava “inclinado a desviar-se” (11:7). Deus atraiu-o com laços de amor (11:4); no entanto, o povo tentou quebra-los e seguir seu próprio caminho. 

Pecado não é apenas quebrar a lei do Senhor; é partir o coração dele. Oséias descreve o coração do Senhor quando tentou trazer seu povo infiel de volta à sua bênção, e desejou que este lhe fosse fiel (11:8-11). O capítulo 12 apresenta a nação “falando com grandeza” e gabando-se de sua riqueza e de suas realizações, mas Deus diz: “Efraim apascenta o vento e persegue o vento” (12:1). O rebelde pode usufruir de riqueza material e dos prazeres físicos, mas isso nunca satisfaz o coração nem glorifica o Senhor, e, por fim, o rebelde ficará pobre, desprezado, cego e nu.

O profeta fecha as cortinas do seu ministério com uma palavra de esperança e com uma promessa de restauração. O cativeiro assírio não coloca um ponto final no plano soberano de Deus. As tragédias humanas não frustram os planos daquele que governa a história e dirige o universo. O último capítulo de Oséias é, de muitas maneiras, o mais belo de todo o livro e constitui um encerramento apropriado da série de discursos proféticos. Depois dos grandes vagalhões de condenação que se chocaram contra Israel, Deus agora fala ternamente em graça. Afinal, a graça brilha através das nuvens ameaçadoras. 

 

APLICAÇÃO PARA A ATUALIDADE

O livro de Oséias relata a importância da fidelidade e a sua relevância nos relacionamentos, abordando desta forma os efeitos e as influências nos comportamentos. O relacionamento estabelecido por Deus foi de amor eterno e firmado através da aliança, sendo que as juras de amor de Israel foram quebradas, ficou conhecido através das circunstâncias o que realmente estava no coração, a deslealdade. 

Quando se fala de fidelidade, está se falando de cumprir e honrar os compromissos assumidos na aliança, tendo como princípio a moral, a obrigação; já a lealdade inclui os valores baseados no vínculo afetivo, ou seja, quem é fiel não trai devido à moral; já o leal não trai devido o vínculo de amor e se revela num envolvimento bem maior do que o previamente estabelecido. Deus revela assim a sua grande lealdade e misericórdia, pois mesmo Israel sendo infiel, Deus, contudo, estendeu a sua lealdade providenciando o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

O foco do ministério profético de Oséias não era a política ou o social, senão alertar sobre as consequências da infidelidade gerada pela falta de confiança em Deus. A idolatria ocupou o altar que era do Senhor, estabelecendo uma adoração nos corações que foram envolvidos com encantamento. 

A história da família de Oséias é singular e evidencia a profundidade do amor de Deus; amor imerecido. Sempre se deseja receber amor, mas o profeta precisou sentir na pele o peso da infidelidade da sua esposa e, ainda assim, decidiu perdoá-la. Vale ressaltar que, naquele tempo, o adultério era punido com a morte; a lei estava a favor do profeta, que poderia atirar a primeira pedra, mas Deus o conduziu para o perdão.

Da mesma forma que a oração do Pai Nosso traz um confronto – “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores” - Deus fez o profeta sentir a dor da infidelidade do relacionamento do seu povo escolhido e ainda perceber que, se Ele sendo Deus é capaz de perdoar; isto deve ser praticado por todos os homens. 

Antes de se falar sobre a restauração do altar de Deus, precisa-se enfatizar a restauração da família, pois nos tempos atuais a infidelidade anda de mãos dadas com a vingança e o ódio, não restando lugar para o perdão. Para perdoar é necessário empenhar mais força do que para se vingar, ou seja, é mais forte/sábio o homem que libera o perdão do que aquele que se deixa levar pela inflamação do ódio. A mensagem de Oséias é uma mensagem do perdão de Deus e isto é inspirador para viver uma vida de perdão e misericórdia. 

A presença do Senhor é real. Ele sempre esteve presente e desejou que os homens tivessem um relacionamento pessoal com ele, mas desde o princípio até os dias atuais, Deus tem sido esquecido por muitos e substituído por outros deuses, ou pior, Deus só é lembrado nos momentos difíceis da vida. Esta atitude de infidelidade e idolatria (tudo o que ocupa o lugar de Deus) entristeceu e tem entristecido a Deus. Mas o profeta Oséias trouxe a memória de quem é Deus e que a promessa de restauração do altar ao único Deus vivo seria novamente estabelecida entre as famílias da Terra. 

O culto que agrada a Deus é aquele realizado em família, ou seja, através de pessoas que amam e querem obedecer a Deus, tanto em casa com a sua própria família quanto na igreja; momento em que as famílias se reúnem para celebrar a Deus pelas bênçãos, conquistas e desafios de fé. Na verdade o culto não termina, pois deve ser contínuo. 

 

CONCLUSÃO

Deus mostra, por meio de Oséias, o quanto algo tão sagrado como o casamento pode ser destituído de sacralidade por meio da infidelidade. Se tomarmos a expressão infidelidade como sinônimo de traição, não teremos dificuldades em entender o quanto essa prática é abominável. 

Quando Deus estabelece um relacionamento, ele exige absoluta lealdade. Por intermédio de Oséias, o Todo-poderoso anunciou que aplicaria um severo julgamento para libertar seu povo do torpor religioso e chamar sua atenção. Este julgamento tomaria a forma de secas, invasões e exílio. Apesar do rigor desse ato ter dado a impressão de que Israel seria abandonado para sempre, o Senhor pretendia restaurar seu povo. Quando os israelitas se arrependessem de seus pecados, Deus os faria retomar à sua terra e restauraria suas ricas bênçãos.

O livro de Oséias fornece uma clara e equilibrada ideia de Deus. O Senhor ama seu povo e com ele deseja ter um relacionamento profundo e amoroso. Ele é ciumento de afeição e não tolera concorrentes. Quando seu povo peca, ele o disciplina na medida certa. A disciplina do Senhor pode parecer dura, mas a resposta divina ao pecado de Israel é, na verdade, uma prova de seu amor e comprometimento. Deus não admite que coisa alguma arruíne o relacionamento que ele estabeleceu conosco, e fará tudo para preservá-lo.