Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
Isaías 55:1
INTRODUÇÃO
Isaías 55:1 é um convite do Senhor nosso Deus ao sedento e ao faminto para que venham e recebam aquilo que necessitam. O Salmos 16:11 diz: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente”. Na presença do Senhor toda fome e sede se desfazem, pois Ele tem tudo de que necessitamos. Sabemos que Deus está em todo lugar, logo não podemos sair de Sua presença, onde estamos o Senhor está e Glórias a Deus por isso! Mas sabemos também que a Igreja ocupa um lugar importante na vida de todos aqueles que querem desenvolver um relacionamento relevante com o Senhor. Na Igreja compartilhamos com outros irmãos nossa fé, nossos anseios, necessidades, dons e desfrutamos juntos da comunhão com o Senhor.
É por isso que é tão importante frequentarmos uma Igreja. Como é gostoso quando visitamos ou vamos a uma Igreja e somos bem recebidos! E, claro que o objetivo principal do culto é glorificar a Deus. A Igreja jamais pode perder isso de vista, mas outra missão importante dela é anunciar a mensagem do Evangelho ao pecador de forma que ele entenda a mensagem, se arrependa dos seus pecados e decida seguir a Cristo. Para que isso seja possível é fundamental que haja organização, direcionamento e uma boa recepção para todos que vierem à Igreja. Hoje falaremos sobre dois ministérios importantíssimos: direção e recepção.
A ORGANIZAÇÃO DO CULTO
Imagine a seguinte situação: Você decide ir à Igreja, você não é convertido ainda, mas está procurando saber mais sobre Deus e Seus planos. Então, pensa que na Igreja pode ser o melhor lugar para aprofundar seu conhecimento e aumentar seu relacionamento com Deus. Chegando lá, muitas pessoas estão presentes, algumas em pé, outras sentadas, algumas estão fora da Igreja, outras dentro, alguns músicos mexem em seus instrumentos, cantores afinam suas vozes, outras pessoas mexem ou falam ao celular, e você, com tudo isso, fica meio confuso, não sabe se entra na Igreja, se precisa falar com alguém, se fica sentado ou em pé.
Diante disso, você decide sentar e esperar que o culto comece. De repente começam algumas músicas, após a música fica um misto de silêncio com alguns sussurros, alguém se levanta lê um texto da Bíblia que você não compreende direito porque o texto foi apenas lido e não comentado ou explicado. São feitas algumas orações com palavras difíceis, que não são do seu cotidiano e assim você não sabe ao certo se concorda ou não e a confusão só aumenta. Por fim, alguém se levanta prega durante uns 40 minutos, despede a Igreja e todos começam a sair. Você também se levanta e sai, sem falar com ninguém e sem ninguém ter vindo falar com você. No mínimo, seu interesse pelas coisas de Deus e pela Igreja diminuem após um fato como esse. E talvez você não queira voltar mais naquela Igreja ou para nenhuma outra.
Talvez a ilustração acima seja um pouco exagerada, talvez todos estes fatos negativos não aconteçam em nossas Igrejas e graças a Deus por isso, mas talvez um ou outro você já tenha visto ou até mesmo tenha acontecido com você e, sem dúvida, essa desorganização primeiramente não agrada a Deus “porque Deus não é Deus de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (1 Coríntios 14:33). Em segundo lugar, a desorganização dificulta e afasta as pessoas que estão tentando se integrar ao Corpo de Cristo.
Quando vamos à igreja, todos queremos sentir a presença de Deus, mas para que tal presença seja manifesta em nosso meio “tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1 Coríntios 14:40). Para que o culto seja organizado, é de suma importância que todos os envolvidos estejam em um mesmo propósito que deve ser glorificar a Deus. Quando participamos de um culto em nossas Igrejas, alguns ministérios sobressaem mais que outros, mas convém destacarmos que todos são importantes e, como em um concerto musical, se um instrumento ou instrumentista não tocar de acordo com o restante da orquestra, o resultado não será o melhor.
Por isso, é fundamental que todos os que ministram estejam imbuídos no mesmo propósito, que sejam consagrados, organizados, disciplinados e comprometidos com Deus e com a Igreja. A organização do programa de culto desde ornamentação, recepção, direção, escolha de músicas e pregação precisam estar interligados e bem alinhados. Assim, os objetivos do culto serão atingidos.
MINISTÉRIO DA RECEPÇÃO
Em nossas Igrejas os recepcionistas são carinhosamente chamados também de porteiros o que não está errado já que na Bíblia eles são chamados assim. “A estes turnos dos porteiros, isto é, a seus chefes, foi entregue a guarda, para servirem, como seus irmãos, na Casa do Senhor” (1 Crônicas 26:12). Como já dito, todos os ministérios são importantes. Vejamos, então, a importância do ministério da recepção.
O ministério da recepção é importante para Deus – 1 Crônicas 26 nos apresenta uma lista de nomes dos porteiros do templo, o Senhor fez questão de que os nomes destes homens fossem registrados na Bíblia para nos mostrar que nenhum trabalho no Senhor é em vão (Confi+ra-se 1 Coríntios 15:58).
Os porteiros eram soldados treinados - Tinham a função de guardar as várias entradas do templo. Em algumas versões no lugar da palavra “porteiro” os tradutores usaram a palavra “guarda”, mostrando que a tarefa que estes homens desempenhavam ia muito além de recepcionar, eles deveriam estar alertas para qualquer investida ou ataque inimigo. E não deve ser diferente em nossos dias, os porteiros devem estar alertas como bons soldados de Cristo.
Os Porteiros eram ministros – Observe que o texto de 1 Crônicas 26:12 diz que esses homens foram escolhidos para ministrarem na Casa do Senhor, sendo assim todo recepcionista é um ministro de Deus com uma tarefa importante.
Vejamos alguns conselhos práticos para o ministério de recepção: O (ou a) recepcionista é o primeiro contato de quem vai à Igreja, por isso precisa ser alguém simpático, sorridente e acolhedor que facilite a entrada das pessoas na Igreja. Na medida do possível, é importante ter um casal na recepção. Assim, a mulher recepciona as mulheres e o homem os homens. Isso diminuirá a tensão de quem está indo pela primeira vez.
Em alguns lugares é comum abraçarmos ou cumprimentarmos as pessoas que conhecemos com um abraço ou um beijo no rosto, mas é necessário se levar em conta os aspectos culturais (costumes) de cada região. Com efeito, em um primeiro momento um firme aperto de mãos com um sorriso no rosto é sufi ciente para quebrar o gelo com o visitante.
Se a Igreja estiver cheia, o recepcionista pode acompanhar o visitante até um lugar que esteja vazio para que não fique perdido, sem saber onde sentar. Caso não haja mais lugares vagos, pode-se solicitar a algum irmão que já frequenta a Igreja para, gentilmente, ceder seu lugar ao visitante. Tudo isso deve ser feito de forma discreta e amável.
O Recepcionista deve zelar por sua aparência e higiene, ser pontual procurando estar antecipadamente na Igreja para receber desde os primeiros irmãos que chegarem.
É importante ter uma escala organizada com dias e horários pré-determinados para que os recepcionistas consigam se organizar.
O Recepcionista deve estar atento às necessidades que se apresentam durante o culto e agir rapidamente com discrição para que o foco do culto não se perca. Agindo assim, o recepcionista será bênção na vida de todos e será útil para o Senhor.
MINISTÉRIO BOAS VINDAS
Em nossa Igreja de Bocaiúva do Sul, criamos um ministério que atua junto com o ministério de recepção, funciona assim.
Nos dias de culto um casal fica junto com os recepcionistas. O recepcionista ajuda identificar aqueles que nos visitam pela primeira vez, o ministério boas vindas então, antes ou depois do culto, aborda o visitante de forma cortês e gentil, entrega uma Bíblia ou uma literatura de nossa denominação de presente e anota os dados como nome, endereço e telefone. Anota também se a pessoa tem algum pedido de oração. Durante a semana o ministério boas vindas entra em contato com o visitante por telefone ou e-mail, perguntando se a pessoa está bem e se gostaria de receber um curso bíblico ou visita pastoral. De acordo com a resposta, é repassado ao ministério de visitação ou ministério pastoral, que dá seguimento ao trabalho.
É um trabalho simples que tem dado muito resultado em nossa Igreja.
O MINISTÉRIO DA DIREÇÃO
O dirigente do culto não é um mero animador de plateia. Isso não quer dizer que não possa ser animado, pelo contrário, na presença do Senhor há alegria, mas deve se ter cuidado para não chamar a atenção para si ou para sua eloquência, assim declara o salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade” (Salmos 115:1). A função do dirigente é encaminhar e direcionar a Igreja na adoração a Deus. Para isso, deve estar em sintonia com o ministério de louvor e com o pregador. Assim, poderá escolher textos bíblicos que embasarão os louvores e irá preparando o terreno para a semente do Evangelho que virá com a pregação.
O Dirigente, em primeiro lugar, deve ser alguém consagrado a Deus e comprometido com a Igreja, que tenha facilidade com as palavras, que seja eloquente, organizado e pontual. Que tenha uma programação pré-definida e alinhe toda a programação com cada participante do serviço de adoração para evitar improvisos e situações constrangedoras durante o culto.
Alguns dirigentes, em nome do Espírito Santo, já fi zeram algumas “lambanças” durante o culto pegando pessoas desprevenidas e tornando a situação constrangedora. Se nos consagrarmos a Deus, Ele nos mostrará com antecedência como deve ser o culto. E Sua Palavra nos orienta: “Decência e Ordem”.
O Dirigente deve anotar os nomes de quem vai cantar, ler, testemunhar e seguir um roteiro, de modo a respeitar os horários pré-determinados para que tudo seja para a glória de Deus.
O Dirigente deve zelar por sua aparência sendo discreto tomando cuidado para não chamar a atenção para seu corpo, evitando roupas justas, curtas ou transparentes.
Deve-se evitar gírias ou principalmente palavras chulas que, aliás, não podem fazer parte do vocabulário do cristão.
Em algumas Igrejas o dirigente é um integrante do ministério de louvor ou o ministro de louvor. Isso facilita a dinâmica do culto, mas em cada igreja é uma realidade e devemos trabalhar de acordo com aquilo que é possível, buscando sempre fazer o melhor. Um pensador contemporâneo costuma dizer: “Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!“
APLICAÇÃO
Como é na sua Igreja? Tem recepcionistas? E quanto à direção de culto? É o Pastor quem geralmente faz tudo? Se você se identificou com algum dos ministérios que abordamos neste estudo, procure sua liderança e se voluntarie. Se ainda não há formalmente o ministério de recepção, que tal criá-lo? Quem sabe você seja alguém que possa auxiliar na direção dos cultos! Seja como for, sirva a Deus servindo ao próximo. Lembre-se: “Portanto, meus amados irmãos, sejam firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o trabalho de vocês não é vão” (1 Coríntios 15:58). “Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos. Sejam fervorosos de espírito, servindo o Senhor” (Romanos 12:11).
Somos chamados por Deus para servir ao próximo e “a Igreja é um canteiro de obras” onde toda ajuda é bem-vinda.
CONCLUSÃO
Abordamos hoje dois ministérios fundamentais para um culto mais organizado e para a glória de Deus. Ambos são importantes e, se bem desempenhados, podem tocar nas vidas daqueles que vêm até a Casa do Senhor.
Muitos irmãos estão prontos a perceber e apontar as “deficiências” da Igreja, inclusive alguns sabem tudo na teoria de como poderiam funcionar os departamentos tais e quais, mas, na hora de praticar, é outra história. Em outras situações somos como aquela ilustração: Esta é uma história de quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.
QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.
ALGUÉM se zangou porque era um trabalho de TODO MUNDO.
TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.
Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
Que hoje respondamos como Isaías “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8b).
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE
1. Qual a importância da Igreja na vida do cristão?
R.
2. De acordo com o estudo, que características deve ter o recepcionista?
R.
3. Em sua opinião, qual a importância do ministério da Recepção?
R.
4. De acordo com o estudo, que características deve ter o Dirigente?
R.
5. Sua Igreja tem os ministérios estudados hoje?
R.
6. Em qual ministério você serve ou poderia servir em sua Igreja?
R.